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122º Aniversário Chaplin – O Garoto de Charlot

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Análise Formal

Charles Chaplin antes de ter feito “O Garoto” já tinha fama mundial. Tendo feito já dezenas de curtas-metragens em vários Estúdios como, Keystone, Essanay e Mutual. Foi na First National que realizou “O Garoto de Charlot” a sua primeira longa-metragem, apesar de ter apenas 50min (alguns especialistas consideram-na uma curta-metragem). Em Outubro de 1918, Chaplin casa-se precipitadamente com Mildred Harris, uma actriz de 17 anos, esta foi a sua primeira mulher. Tinham muito poucas coisas em comum, o que fez com que Chaplin andasse aborrecido e com um bloqueio criativo. No inicio de Julho de 1919, Mildred Harris, dá a luz um rapaz que acaba por morrer três dias depois. Chaplin ficou traumatizado. Dez dias depois do enterro do seu filho, Chaplin já fazia audições para crianças no seu estúdio. O seu bloqueio criativo tinha desaparecido e escrevia já uma história para o seu novo filme. O filme inicialmente chamara-se “The Waif”. Chaplin encontra um rapaz, de quatro anos, muito talentoso, Jackie Coogan. Jackie era o seu co-protagonista. Conseguia imitar exactamente os mesmos gestos de Chaplin, Jackie Coogan era o actor ideal. A rodagem durou mais de 9 meses. Chaplin era muito rigoroso na rodagem do filme. Filmava a mesma cena repetidamente até que ficasse exactamente como ele queria. Acabou por filmar cinquenta vezes mais a duração final do filme. No final da rodagem do filme, Mildred divorcia-se de Chaplin. Temendo que Mildred lhe roubasse o filme, Chaplin voa com o filme e os seus colaboradores para Nova Iorque. Tendo editado o filme em segredo num Hotel e num estúdio anónimo. O filme estreou em Fevereiro de 1921, com um sucesso estrondoso, tendo sido o maior triunfo de toda a sua carreira.

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O Garoto de Charlot

A Cena aqui em Análise é a sequência 14, que contem 35 planos. Nesta cena, vemos o garoto a ser levado por dois homens que o levam para o orfanato do estado. Chaplin impede que isso aconteça, lutando com os dois homens. O garoto é metido no carro e é levado. Chaplin, já desesperado, foge pela janela do telhado de sua casa e percorre os telhados das outras casas atrás do garoto. O polícia persegue Chaplin, mas este consegue despistar-se do polícia. Finalmente, Chaplin consegue saltar para cima do carro, em andamento, e empurra um dos homens. Quando o carro pára, Chaplin abraça o garoto e dá-lhe um beijo, o outro homem foge. Entretanto o médico vai a casa de Charlot ver se o Garoto estava melhor, mas não os encontra lá. Encontra, sim, uma mulher que perguntou por eles. O médico disse que só tinha um papel que Charlot lhe deu, a mulher lê o papel, e percebe que o garoto era filho dela, desmaiando por fim. Esta cena foi inspirada na vida de Chaplin, que com apenas sete anos foi levado da sua mãe para uma instituição de crianças pobres. Daí esta cena ser a mais dramática do filme e de todos os outros filmes de Chaplin, pois ele via-se na personagem de Jackie Coogan.

 

A Banda Sonora, composta por Chaplin, é muito importante neste filme. Chaplin baseou-se na 6a Sinfonia de Pyotr Ilyich Tchaikovsky para criar a banda sonora. E isso nota-se na cena em análise, que é a cena mais dramática do filme. Se virmos esta cena sem a música, se lhe tirarmos o som, não tem o mesmo efeito que tinha com a música. Sem a música percebemos na mesma que aquilo que esta acontecer é dramático, mas, não consegue criar o efeito que a música cria. Daí a banda sonora neste filme ser de extrema importância. Não é só a imagem que faz o efeito dramático, é também a música, e as duas complementam-se.

 

Um aspecto curioso, vê-se na parte em que Chaplin e o Garoto estão em cima do Carro em andamento e Chaplin acena com a mão, não se sabe para quem, supostamente para um dos homens do orfanato que atirou ao chão. Mas, na realidade Chaplin estava acenar para o seu operador de câmara para cortar, ou seja, para parar de filmar, a cena tinha acabado (plano 29). Todo o filme tem uma narrativa linear e uma montagem linear. Os planos mais usados são o plano de conjunto e o plano inteiro. Embora, nas cenas mais dramáticas, se fechem os planos para plano médio e plano aproximado de peito. Repare-se que nos planos mais emotivos, os planos ganham uma forma redonda, à volta do personagem, fecham-se mais. Por exemplo no plano 3, da sequência em análise, vemos Charlot a cozinhar; no plano 5, vemos o garoto que estava na cama doente, a ser levado por um dos homens que o puxa de forma bruta; no plano 6, o garoto esta a ser puxado pelo homem, para ser levado para o carro, o garoto chora, chamando por Charlot; voltamos ao plano 3, Charlot apercebe-se que lhe estão a levar o garoto, corre largando a comida no chão; no plano 7, vemos o garoto encostado a um canto da casa, com medo dos homens, pois estes, no plano anterior estavam ataca-lo; no plano 9, vemos que Charlot, se conseguiu livrar dos homens e recuperar o garoto. Charlot põe-se em posição de defesa, com o garoto atrás dele, tem uma bacia nas mãos para atirar aos homens; plano 12, vemos Charlot com a bacia nas mãos em defesa do garoto. Este está agarrado às calças de Charlot a chorar com medo.

 

Conclusão

Podemos concluir, que Chaplin joga muito com as emoções. O Garoto de Chaplin é um filme muito emotivo, pelo facto de Chaplin ter adaptado a sua própria experiencia de vida neste filme. Chaplin era o Artista das emoções. Este filme foi sem dúvida a sua primeira grande Obra Prima, que marcou a sua carreira e marcou a história do cinema. É sem dúvida um filme imortal!

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