Existem poucos filmes tão amados – ou tão desconcertantes – quanto “Mulholland Drive“, de David Lynch.
Depois de ser elogiado como o melhor filme do século XXI numa pesquisa da crítica da BBC, em 2016, “Mulholland Drive” ficou em primeiro lugar nas listas de “Melhores da Década” da Film Comment, da Los Angeles Film Critics Association (LAFCA), da Reverse Shot e do IndieWire. Agora, antes do seu 20º aniversário, em 19 de Outubro, está na altura de descobrir muitos dos mistérios por trás do assombroso filme de 2001.
O enredo parece bastante simples: uma jovem, interpretada por Laura Harring, sofre de amnésia após um acidente de carro em Hollywood. Naomi Watts é a sua ingénua colega de quarto, uma aspirante a actriz. Mas essa premissa – tal como o veículo que derrapa na sinuosa e pavimentada Mulholland Drive – eventualmente cai no esquecimento, dando lugar a um debate sobre a identidade de género, a natureza porosa da realidade e as ramificações pessoais da fama.
“Tal como muitos críticos que adoram o filme, nenhum de nós o entendeu na primeira vez”, disse ao IndieWire o crítico de cinema do Los Angeles Times, Justin Chang, que organizou o “Best of the Decade” da LAFCA. “Qualquer pessoa que diga que sim, estará a mentir.”
Até Lynch, aparentemente, deixou a história comandar o caminho. “Comecei a fazer-lhe perguntas”, explicou a estrela Justin Theroux como parte do IndieWire Awards Spotlight em 2021. “Quando eu terminava uma pergunta, [Lynch dizia], “Sabe, não sei, amigo. Mas vamos descobrir.” Ele não estava a ser brando, atrevido ou evasivo; ele realmente não sabia. Ele respondia, “Eu não sei.” É como se estivesses numa escada rolante em direcção às nuvens com ele, nunca sabes onde a escada rolante irá parar. ”
Duas décadas depois, é hora de ver exactamente como essa “escada rolante” surgiu. Aqui estão nove detalhes surpreendentes sobre “Mulholland Drive”, que mesmo os fãs mais obstinados podem não saber.