O videoclube do Eduardo 2 33

O Videoclube do Eduardo – A Semana da Justiça

Filme em conversa: Wonder Woman
Género: Animação
Ano de estreia: 2009
Realizador: Lauren Montgomery
Elenco: Keri Russell, Alfred Molina, Nathan Fillion, Rosario Dawson
País: Estados Unidos da América

Como já referi, recentemente decidi rever alguns dos filmes baseados nas personagens da DC Comics para satisfazer um bocado a minha sede por bons e/ou interessantes filmes de super-heróis da B.D.

Esta edição da rubrica, bem como as outras desta semana, serão portanto dedicadas a filmes onde os protagonistas são gente como Super-Homem, Batman, Wonder Woman e os restantes membros da Liga da Justiça – daí o sub-título da rubrica -.

Continuando então nesse espírito e continuando também dentro dos filmes de animação da WB/DC, hoje escrevo sobre “Wonder Woman”.

Wonder Woman_1

O filme começa séculos após a derrota de Ares, o deus da guerra, ás mãos do exército das amazonas lideradas pela rainha Hipólita. As amazonas vivem isoladas na sua ilha paradisíaca de Temiscira, onde todos os dias passam o tempo a caçar, criar arte e a treinar para uma possível guerra futura. Tudo está bem e calmo quando de repente, o caça do piloto americano Steve Trevor se despenha na ilha, causando a curiosidade e raiva das guerreiras. Ao mesmo tempo que isso acontece, uma das amazonas atraiço-a as suas irmãs e liberta Ares da sua prisão, criando enorme tensão não só entre as amazonas mas também entre os deuses do Olimpo. Após decidir que Steve não é uma ameaça ao seu modo de vida, Hipólita incumbe à sua filha Diana a missão de levar Steve de volta para o mundo dos homens, bem como a de encontrar e capturar Ares antes que ele recupere o seu exército e comece uma nova guerra. Tudo isto desencadeia uma aventura em que Diana e Steve têm que enfrentar monstros gigantes, semi-deuses e o governo americano – que está sob a influência de Ares –

Os primeiros 6 minutos são excelentes para quem aprecia filmes como “300”
Os primeiros 6 minutos são excelentes para quem aprecia filmes como “300”

Sem contar com a série de TV dos anos 70, não tinha havido até à estreia deste filme de animação uma adaptação para Cinema ou televisão das histórias da Wonder Woman boa o suficiente para cair nas boas-graças dos fãs e do público em geral, o que é uma pena. A Wonder Woman – ou “Mulher Maravilha” em terras de Camões – é um símbolos máximos da Banda Desenhada americana – onde juntamente com Batman e Superman faz a Trindade da DC Comics – bem como um dos símbolos femininos constantes da cultura pop, mais do que merecedora de um filme de grande orçamento, filme esse que irá acontecer no próximo ano, com Gal Gadot no papel principal – depois de ter já interpretado a amazona por cerca de dez minutos em “Batman V Superman” – e com Patty Jenkins na realização.

Mas enquanto esperamos por tal filme, voltemos à animação. “Wonder Woman” apresenta um argumento bastante típico deste género de filmes mas apresenta no entanto uma boa animação, cheias de traços carregados, com muita cor e muita acção, e um elenco mais do que competente para nos oferecer grandes momentos de diálogo cativante, sendo que os pontos fortes são obviamente os três actores principais: Alfred Molina, Keri Russel e Nathan Fillion, nos papeis de Ares, Wonder Woman/Diana e Steve Trevor, respectivamente, sendo que a interpretação mais forte será mesmo a de Fillion, que coloca no seu Steve Trevor carisma para dar e vender.

O momento do interrogatório a Steve Trevor é o primeiro momento cómico do filme
O momento do interrogatório a Steve Trevor é o primeiro momento cómico do filme

“Wondar Woman” aproveita também, já que é um filme mais para adolescentes do que para crianças – com muita violência pelo meio – para misturar alguns assuntos interessantes na sua trama. É interessante ver uma personagem forte como Steve Trevor a ser relegada quase que para um estatuto de ajudante, e não apenas porque “diz no argumento” mas sim porque faz sentido no contexto das duas personagens, sendo que entre ele e Diana, a amazona é claramente a mais forte fisicamente, mais inteligente no campo de batalha e mais capaz no que toca a actos heróicos, tendo sido criada para isso enquanto ele é “apenas” um piloto da força-aérea e não um general criado para liderar batalhas contra seres sobrenaturais. Ela não é claramente uma princesa à espera do seu salvador e isso cria uma excelente dinâmica entre o par, o que é sempre interessante de ver.

No seu todo, “Wonder Woman” está longe de ser um filme perfeito. O tom cómico e subversivo mistura-se com uma violência um tanto quanto excessiva e que por vezes se arrasta nas suas longas cenas de acção, no entanto, quando o filme funciona, funciona mesmo e há ali excelentes momentos cinematográficos que merecem ser explorados, quanto mais não seja pelo trabalho dos actores.

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