O Aguilar Film Festival, que decorre de 29 de novembro a 8 de dezembro, celebra o seu compromisso com o cinema internacional ao atribuir o prestigiado prémio Águia de Ouro Internacional à destacada cineasta portuguesa Rita Azevedo Gomes.
Este galardão, criado há três anos, distingue figuras que marcaram o cinema contemporâneo, e nesta edição presta homenagem à excecional carreira de Azevedo Gomes, uma referência no panorama europeu.
Rita Azevedo Gomes
Nascida em Lisboa em 1952, Rita Azevedo Gomes é uma cineasta cuja obra estabelece um diálogo entre disciplinas como a literatura, o teatro e a pintura. O seu estilo, caracterizado por uma cuidada direção artística e uma sensibilidade única, levou-a a festivais de renome como a Berlinale, Locarno e Mar del Plata.
Após iniciar a sua carreira como atriz, assistente de realização e cenógrafa em produções de cinema e teatro, estreou-se como realizadora em 1990 com “O som da Terra a Tremer”.
Desde então, a sua filmografia tem explorado temas complexos com uma abordagem artística distinta, destacando obras como “A Vingança de uma Mulher” (2012) e “Correspondências” (2016), que lhe trouxeram reconhecimento internacional.
O seu trabalho mais recente, “O Trio em Mi Bemol” (2022), reafirma a sua capacidade de se reinventar, adaptando textos de autores emblemáticos como Éric Rohmer.
O festival exibirá a sua curta-metragem “A Conquista de Faro” (2005) e a média-metragem “A Coleção Invisível” (2009), permitindo ao público explorar a sua visão artística singular.
Impacto da distinção
Desde a sua criação, o Aguilar Film Festival tem distinguido figuras de grande renome, como Pedro Almodóvar, Charo López e Álex de la Iglesia, entre outros.
A inclusão de Rita Azevedo Gomes no palmarés vem consolidar ainda mais o prestígio do festival, reafirmando-o como uma plataforma dedicada ao reconhecimento do talento ibérico e à promoção da diversidade cultural no cinema.
Presença portuguesa no festival
Para além de Azevedo Gomes, o Aguilar Film Festival destaca-se também por incluir uma robusta representação de curtas-metragens portuguesas na sua programação.
Na Secção Oficial, “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, vencedora do Festival de Annecy, apresenta narrativas visuais cativantes.
Na secção Ríete Tú, “Citizen Tourist”, de Gustavo Carreiro explora o turismo com um toque de humor satírico.
A secção MiniAguilar inclui “São Só Diabretes”, criado por estudantes da Escola Básica Maria Pais Ribeiro, enquanto na secção Distopia, “The Closing of a Refinery”, de Vasco Monteiro reflete sobre os desafios industriais e ambientais.
Além disso, “Ana Morphose”, de João Rodrigues, presente em várias secções, oferece uma experiência visual inovadora que promete impactar o público.