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Após período turbulento, Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood vende prémio Globo de Ouro

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Após um período conturbado de dois anos, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) vendeu o icónico Globo de Ouro, uma premiação que estava sob sua responsabilidade desde sua criação em 1944.

A transação foi realizada com as produtoras Dick Clark Productions e Eldridge de Todd Boehly, embora o valor da venda não tenha sido divulgado, de acordo com a CBS News.

Essa venda marca uma mudança significativa no modelo de gestão do Globo de Ouro, que passará de uma organização liderada por membros para uma empresa comercial. Helen Hoehne, ex-presidente da HFPA, afirmou em um comunicado divulgado à imprensa em 12 de junho que essa transição estava ocorrendo.

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Segundo informações do The L.A Times, a premiação agora se tornará uma associação com fins lucrativos, e seus funcionários receberão um salário anual de US$ 75.000 pelo seu trabalho.

Nos últimos anos, o Globo de Ouro enfrentou diversos problemas, incluindo acusações de racismo e corrupção envolvendo a HFPA. Uma reportagem do Los Angeles Times revelou que membros da organização recebiam favores dos estúdios e, consequentemente, influenciavam os resultados das votações.

Além disso, foi descoberto que não havia nenhum membro votante negro na associação. Em resposta a esses escândalos, a NBC, emissora responsável pela transmissão da premiação nos Estados Unidos desde 1993, anunciou que não exibiria a edição de 2022 do evento.

Com a conclusão da venda, a DCP e seus parceiros assumirão a responsabilidade pelo planejamento, realização e produção do Globo de Ouro anual, buscando estabelecer novas parcerias comerciais em todo o mundo. Essa aquisição ocorre ao mesmo tempo em que o contrato de longa data entre a HFPA e a NBC chega ao fim, o que representava a principal fonte de receita da associação e garantia a transmissão televisiva do evento.

Embora o novo parceiro de transmissão ainda não tenha sido anunciado, a 81ª edição do Globo de Ouro está programada para ocorrer em 7 de janeiro de 2024.

 

A polémica 79ª. edição

Em 2022, a NBC tomou a decisão de não transmitir a premiação, após uma denúncia de que a HFPA não tinha integrantes negros, o que também trouxe à tona acusações de histórico sexista e falta de diversidade étnica dos integrantes da organização.

A imprensa estadunidense apurou que não havia nenhuma pessoa negra entre os 80 membros da HFPA. Também foi revelado que vários integrantes da associação aceitavam presentes e estadias luxuosas em hotéis oferecidas pelos estúdios, que faziam campanha pela indicação de seus títulos no Globo de Ouro.

Por conta disso, a HFPA se comprometeu a mudar, abrindo vagas para novos membros e mudando várias de suas regras, incluindo a adoção de um manual de ética. Porém, poucos levaram fé nas promessas e o boicote ao evento foi mantido.

Por conseguinte, após os esforços iniciais para se “renovar”, a organização aprovou seis integrantes negros em 1 de outubro de 2022 – um resultado pífio, que tornou os eleitores do Globo de Ouro apenas 5,7% mais diversos que no ano passado.

Nesse sentido, a premiação sem entrega de prémios serviu basicamente para que os responsáveis pelo Globo de Ouro voltem a se comprometer com mudanças, visando viabilizar a transmissão televisiva de seu evento com celebridades em 2023.