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As Escolhas de Sofia #2 (Adam)

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As Escolhas de Sofia

A Sofia é uma amante da sétima arte, com formação em psicologia, que nos trará semanalmente uma análise idiossincrática de um filme da sua preferência. Opinião sincera e repleta de curiosidades, acerca de filmes, muitas vezes ignorados pelas luzes da ribalta, mas que de alguma forma merecem protagonismo, pelo interesse do ponto de vista psicológico, da análise do comportamento e da personalidade, e dos benefícios de os visionar. Esperamos que não fique indiferente a esta nova rubrica, e que torne as escolhas da Sofia suas escolhas também!

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Adam (2009) – Um Filme com uma Missão

“Adam” é um drama realizado por Max Mayer que retrata a vida de Adam, um jovem com síndrome de Asperger (Hugh Dancy) e que explora a sua relação com a encantadora Beth (Rose Byrne).

Depois da morte do seu pai, Adam vive entregue a si próprio. O facto de sofrer de Asperger faz com que tenha grande dificuldade em perceber, desenvolver empatia e de se relacionar com outras pessoas, principalmente com os “NT” (neuro-típicos), como lhes chama, por não compreender a comunicação não verbal; o que dificulta a sua interação com colegas de trabalho e a fomentação de amizades. Mas Beth, que se muda para o prédio de Adam após uma dura separação amorosa, fica rapidamente fascinada por Adam.

Entre os dois, desenvolve-se um romance com Beth a conduzir Adam ao encontro do mundo que o rodeia, enquanto este luta contra as suas obsessões e limitações. À medida que o enredo se desenvolve, facilmente se compreende que também Beth necessita do apoio de Adam, que acaba por a abstrair das adversidades da sua vida familiar.

De facto a história do filme não é extraordinária e acaba por passar para segundo plano, porque o interesse recai sobre o desempenho dos atores, sobretudo o de Hugh Dancy.

Dancy, mais conhecido pela sua participação em “Louca por Compras” e mais recentemente na série “Hannibal”, realiza um maravilhoso trabalho de interpretação, caracterizando Adam de forma a fugir aos estereótipos, o que nem sempre acontece na representação de personagens mentalmente instáveis. A atenção dada a pequenos detalhes é muito bem pensada, o que faz com que a maioria dos espectadores com síndrome de Asperger se sintam retratados pela personagem e pelas suas atitudes e que, assim, possam considerar este o filme a visualizar para uma melhor compreensão do mundo em seu redor.

A dada altura, é mencionada a personagem de “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, metáfora alusiva ao facto de que as pessoas com Asperger, ou autismo, viverem num mundo próprio, distante e privado.

Mas Adam vai mais longe e acaba por mostrar que o facto de se sofrer de uma perturbação mental não é sinónimo de incapacidade, razão pela qual a personagem consegue tirar proveito das características de ser um “aspie”, principalmente com o apoio e compreensão dos que o rodeiam.

O final do filme pode ser considerado um pouco abrupto e desanimador, mas, de certa forma, torna-se espelho do desenvolvimento das personagens.

Adam (2009)_1

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