Efeito Borboleta (2004) – E se…
Quantas vezes já deram por vocês a pensar “Se soubesse o que sei hoje, tinha feito aquilo de maneira diferente”; “Se pudesse mudar o passado…”; “Quem me dera nunca ter feito aquilo”. Se tivessem o poder de alterar o passado, fá-lo-iam?
Em “Efeito Borboleta” (“The Butterfly Effect”), Ashton Kutcher, o conhecido ator de “Onde Tá o Carro, Meu?” e produtor de “Punk’d”, interpreta Evan, um melancólico jovem adulto que descobre que consegue fazer mudanças no passado, para tentar melhorar o presente.
O título refere-se exatamente ao efeito borboleta enunciado pela teoria do caos, segundo a qual pequenos eventos podem ter enormes consequências, e portanto um simples bater de asas de uma borboleta, pode influenciar o curso natural das coisas e provocar grandes calamidades no outro lado do mundo.
Este thriller psicológico escrito e realizado por Eric Bress e J. Mackye Gruber aplica esta teoria às vidas de quatro amigos: Evan, Kayleigh, Lenny e Tommy.
Durante a infância Evan (Logan Lerman, John Patrick Amedori e Ashton Kutcher), é um rapaz misterioso, marcado pela institucionalização do seu pai, que sofre várias vezes de “apagões”, perdendo as memórias dos seus comportamentos durante estes momentos. Assustada, a sua mãe (Melora Walters), leva-o ao psiquiatra, que propõe que Evan registe, num diário, todos os acontecimentos do seu dia, procurando identificar pontos comuns nos momentos em que ocorrem os “apagões”.
Quando Evan, já adulto, aluno de psicologia, começa a ler os seus diários, para testar a sua memória, descobre finalmente o que acontecia durante esses momentos. O seu “eu” do futuro invade o passado para tentar mudar o rumo da sua vida, dos seus amigos, Lenny (Jake Kaese, Kevin G. Schmidt e Elden Henson) e Tommy (Cameron Bright, Jesse James e William Lee Scott) e principalmente, da sua amada Kayleigh (Sarah Widdows, Irina Gorovaia e Amy Smart).
Mas toda a ação tem uma reação e cada vez que Evan altera o passado, o futuro sofre mirabolantes reviravoltas. Um desafio aos atores que devem interpretar o seu papel consoante as alterações provocadas pelas decisões da personagem principal.
Os críticos não gostaram deste filme, afirmaram que é apenas uma tentativa mal conseguida de uma ideia brilhante. Eu não concordo. Tem algumas pontas soltas, é certo, (é quase cómico que um estudante da memória consiga manter recordações de tantas realidades) e pode ser um desafio para quem aprecia filmes de viagens no tempo. Contudo, para mim, este é um filme muito cativante, sempre com mudanças e acontecimentos que não estamos à espera, que nos deixam agarrados ao ecrã, a tentar adivinhar o vem a seguir, e tem ainda o bónus da sua maravilhosa banda sonora.