Tráfico Humano (2005) – Uma Realidade Escondida
Na passada terça-feira, dia 25 de novembro assinalou-se o “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres”, numa altura em que a violência doméstica se torna cada vez mais visível mas também cada vez mais alarmante.
Nesta minissérie, que faz mais sentido vista como um filme, com realização de Christian Duguay, com argumento de Agatha Dominik e Carol Doyle está em foco um tipo muito específico de violência, que geralmente escolhe as mulheres como alvo, o tráfico de seres humanos.
Segundo o “Relatório Global sobre o Tráfico de Seres Humanos de 2014” das Nações Unidas, cerca de metade das vítimas deste tipo de tráfico é do sexo feminino, maioritariamente para fins de exploração sexual e com um aumento significativo de meninas. “Tráfico Humano” (“Human Trafficking”) conta a história de três mulheres sequestradas e colocadas numa rede de escravatura sexual liderada por Sergei Karpovich (Robert Carlyle – aclamado ator da séria “Era uma vez”).
Helena (Isabelle Blais) é uma mãe solteira, de nacionalidade russa, seduzida por um elegante homem, Nadia (Laurence Leboeuf) uma jovem ucraniana de 16 anos que sonha ser modelo, Annie (Sarah-Jeanne Labrosse) é uma menina norte americana de 12 anos raptada durante as férias que passava com os seus pais.
Kate Morozov (Mira Sorvino) e Bill Meehan (Donald Sutherland) fazem parte da equipa que agentes do departamento de imigração que vão investigar estes e outros misteriosos desaparecimentos e deparar-se com uma organização que atua mundialmente no tráfico de mulheres para fins sexuais.
Visualmente brutal “o filme” explora uma realidade escondida e ignorada, servindo-se de alguns clichés para captar a atenção do espectador. No entanto, não deixa de passar uma mensagem importante no alerta para as questões da exploração dos seres humanos e da violência contra as mulheres.
O filme expõe ainda a indiferença dos governos e da justiça que abandona estas mulheres e crianças nas mãos do negócio do submundo onde seres humanos são comprados e vendidos, em pleno século XXI.
Este filme foi considerado pela Revista Forbes um dos mais importantes “shakers” do ano de 2005, referindo-se ao seu caracter abalador de mentalidades.
Eu diria que, infelizmente, dada a falta de visibilidade deste fenómeno, este será sempre um filme promotor de desenvolvimento intelectual e social extremamente relevante.