Bob Iger, antigo CEO da Disney, regressa à empresa para substituir o atual CEO, Bob Chapek, que deixa a posição menos de um ano depois de a ter ocupado.
Bob Iger esteve à frente da Disney durante mais de uma década, supervisionando as aquisições da Pixar, Lucasfilm e da Marvel Entertainment, bem como da compra da 20th Century Fox. Em 2020, Iger anunciou que se ia retirar, mas aparentemente essa decisão não era definitiva.
O regresso é uma boa notícia, a julgar pelos mercados acionistas, mas não deixa de ser uma solução temporária, já que Iger regressa durante um período de dois anos, tendo tempo para preparar, em conjunto com o estúdio, um sucessor para a posição depois desse período.
Bob Chapek deixou a sua marca sobretudo pelas polémicas, a começar pelo seu enorme desejo de virar a atenção da empresa para o streaming. Assim, decidiu que muitas das estreias de novos filmes não passassem pelo cinema, mas sim pela Disney+, nomeadamente “Turning Red – Estranhamente Vermelho” e “Luca”.

Com Chapek, a Disney também foi processada por Scarlett Johansson, a estrela de “Viúva Negra”, com muitas polémicas públicas pelo meio e acabando com uma solução no final, mas deixando marcas na imagem da Disney.
A juntar a toda a sua atuação, gerou ainda a ira dos fãs ao aumentar os preços da Disney+ e por não respeitar os trabalhadores da empresa, que se tornaram gradualmente mais insatisfeitos sob o seu comando.
A sua neutralidade em relação à possibilidade de aprovação da lei “Don’t Say Gay”, na Florida, seria um dos outros grandes dissabores para a sua imagem e a prova de que, ao contrário de Bob Iger, não tinha a habilidade diplomática para lidar com questões políticas importantes.
A resistência em tomar uma posição contra a restritiva lei sobre a identidade de género e orientação sexual nas salas de aulas chocou não só contra a história da empresa enquanto defensora dos direitos LGBTQ, mas também contra os próprios funcionários, levando a que muitos abandonassem a empresa.
Em última instância, a Disney acordaria, em 2022, para uma perda de 1.5 biliões de dólares no último trimestre fiscal e com as ações da empresa a cair mais de 30 por cento desde que Chapek se tornou CEO.
Bob Iger foi CEO entre 2005 e 2020, mas tentou retirar-se várias vezes durante este período, apesar do enorme sucesso que trouxe à Disney, sobretudo porque nunca encontrou um sucessor que considerasse à sua altura.
Antes disso, contudo, Iger já fazia parte da família Disney, tendo entrado na empresa em 1995 aquando da aquisição da ABC, de que era presidente. Assim foi até 1999, quando se tornaria presidente da Walt Disney International e, em 2000, diretor de operações.