A 24.ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português, o único festival que se dedica exclusivamente ao cinema português, arranca no próximo dia 23 de novembro e decorre até dia 1 de dezembro no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, com mais de 20 longas e 40 curtas, entre as quais se encontram filmes de ficção, documentário e animação.
Estas são as nossas 10 sugestões de cinema português para ver no Caminhos 2018. Ver programa completo aqui.
Caminhos Magnétykos, de Edgar Pêra – Cerimónia de Abertura
Raymond Vachs (Dominique Pinon), 60 e poucos anos, parisiense, veio para Portugal com o 25 de Abril, apaixonou-se e ficou por Lisboa, onde reside há 40 anos.
Caminhos Magnéticos desenrola-se no dia do casamento da sua filha de 21 anos, Catarina, com Damião, um homem rico da sua idade. Raymond martiriza-se por se ter calado e consentido com o casamento, achando que era preferível a segurança financeira à incerteza no mundo conturbado de hoje.
Em Lisboa vive-se uma guerra civil e foi instaurado um regime autoritário militarizado “democraticamente eleito”. Durante uma noite de humilhações, Raymond vive uma revolta interior e uma viagem caleidoscópica, numa cidade em vias de se desmoronar.
É também o ruir das suas convicções, porque, como lhe lembra o seu amigo, o místico revolucionário André Leviatã (Ney Matogrosso), “o dinheiro não é tudo”.
Onde o Verão Vai (episódios da juventude), de David Pinheiro Vicente – Selecção Ensaios
É verão, um rapaz vai com os amigos para o rio. Na viagem de carro, conta-se a história de um homem e da sua cobra de estimação que o tenta comer.
O rapaz cai de um tronco e faz uma ferida. Uma rapariga segue-o. Um casal namora, outro rapaz descobre a floresta e um terceiro deixa-se a comer um pêssego deitado sobre uma árvore.
Em quatro episódios, o calor e a humidade da floresta aproximam o desejo entre os jovens.
A Árvore, de André Gil Mata – Selecção Caminhos
Um homem, uma criança, um rio, uma árvore. Um homem e uma criança, sob uma árvore à beira-rio, partilham a mesma memória e um segredo. Um no outro encontram a serenidade, o silêncio e o tempo que perderam nas águas correntes do rio.
Russa, de João Salaviza, Ricardo Alves Jr. – Selecção Caminhos
Russa volta ao Bairro do Aleixo no Porto, visitando a irmã e os amigos com quem celebra o aniversário do filho. Neste breve encontro, Russa regressa à memória coletiva do seu bairro, onde três das cinco torres ainda se mantêm de pé.
Lupo, de Pedro Lino – Outros Olhares
Um retrato documental sobre a vida de Rino Lupo, um dos pioneiros do cinema europeu e a sua morte trágica. Sete países, três pseudónimos, duas famílias e, emprego após emprego, Lupo foi alguém que fez o oposto do que a sociedade esperava. Um contador de histórias com uma veia rebelde, um realizador irrequieto com um sentido de aventura.
Até que o porno nos separe…, de Jorge Pelicano – Selecção Caminhos
Eulália, uma mãe de 65 anos, católica e conservadora, descobriu através da internet que o seu filho, emigrante na Alemanha, é Fostter RIviera, o primeiro actor porno gay português premiado internacionalmente.
Tendo apenas o computador e o Facebook como única forma de comunicação, Eulália começa uma longa jornada emocional de tentativa de aproximação ao filho, que a levará a interpretar de forma diferente as suas expetativas como mãe e os valores com que foi criada.
Terra Franca, de Leonor Teles – Selecção Caminhos
À beira do Tejo, numa antiga comunidade piscatória, um homem vive entre a tranquilidade solitária do rio e as relações que o ligam à terra.
Terra Franca retrata a vida deste pescador, atravessando as quatro estações e acompanhando as contingências da vida de Albertino Lobo.
Agouro, de David Doutel, Vasco Sá – Selecção Caminhos
Um inverno rigoroso congela a superfície de um rio junto à casa onde vivem dois primos. Envolta no vento gelado que se levanta naquele dia, a rudeza da relação entre os dois cresce, atingindo o limite.
Entre Sombras, de Mónica Santos, Alice Guimarães – Selecção Caminhos
Natália, refém de um trabalho aborrecido e repetitivo, envolve-se numa aventura em busca de um coração roubado.
Num mundo surreal onde os corações podem ser depositados num banco, a protagonista atravessa vários perigos que a conduzem a um dilema: dar o seu coração ou guardá-lo para si.
Os Dois Irmãos, de Francisco Manso – Selecção Caminhos
“Os Dois Irmãos” inspira-se numa história verídica. André, cabo-verdiano emigrante em Lisboa, recebe uma carta do pai a dizer-lhe que João, o seu irmão mais novo, se tinha envolvido com a sua mulher e a exigir-lhe que regresse para que limpe a desonra que tinha caído sobre a família.
A pressão do pai e da própria aldeia vai constituir uma terrível força que o leva a matar o irmão, por quem tinha enorme amizade e ternura. Um conflito entre as leis atuais e uma lei ancestral não escrita, mas aceite pela comunidade, talvez até mais poderosa.