Ao antepenúltimo dia do Festival de Cannes, foram estreados mais dois filmes da selecção oficial: “The Immigrant”, de James Gray e “Michael Kohlhaas”, de Arnaud des Pallières. O primeiro, um melodrama histórico sobre um imigrante polaco que se separa da sua irmão, quando parte para Nova Iorque, nos anos 20, conta com Jeremy Renner, Marion Cotillard, e Joaquin Phoenix no elenco principal. Para a Variety, a mais positiva das críticas, ” James Gray é o grande classicista de sua geração” e para o The Guardian, o mais negativo, “o filme carece de idéias, e o tom sépia peca bastante”. James Gray acerca da imigração: “Ellis Island era o lugar onde chegavam todos os imigrantes entre 1920 e 1924. 40% dos Americanos têm um membro da família que passou por EIlis Island. Sou a favor da imigração. A imigração enriquece a sociedade, traz vitalidade, flexibilidade e dinamismo à cultura”.
O segundo, também um filme de época, é um fresco histórico inspirado na novela de Heinrich Von Kleist, com Mads Mikkelsen no papel principal. Este quarta longa-metragem do realizador francês, conta a vingança de um vendedor de cavalos que vivia nas Cevenas do século XVI. O comerciante destituído dos seus bens vai iniciar uma vingança para recuperar o que lhe pertence. O filme não foi recebido com grande entusiasmo, talvez porque o certame se aproxima do fim (já no dia 26). Segundo o The Guardian, “o filme tem substância e que contém um estilo visual refinado. O problema surge quando a sua lenta caminhada deveria ser mais apressada.” e para o The Hollywood Reporter, “o filme é austero, com um bom período histórico atmosferico com cavalo e paisagens, mas fraco em emoções dramáticas.”. Arnaud des Pallières, acerca das paisagens do filme: “Procurei algo que fosse semelhante à história das personagens. O que me interessava nos cenários naturais, era que transmitissem os sentimentos da personagem. Tentei aproximar-me do espírito revoltado, atormentado de Kleist, e as paisagens de Vercors e de Cévennes permitiram isso.”.
Foram também já atribuídos os primeiros prémios, fora da secção competitiva, da 16ª edição do Cinéfondation, que teve Jane Campion como presidenta do júri. O primeiro prémio foi atribuido à curta-metragem “Needle”, da iraniana Anahita Ghazvinizadeh, da School of the Art Institute of Chicago. Os prémios são acompanhados de uma dotação de 15.000€ para o primeiro prémio, 11.250€ para o segundo e 7500€ para o terceiro. O laureado do primeiro prémio tem igualmente a garantia de que a sua primeira longa-metragem será apresentada no Festival de Cannes. “Gambozinos” de João Nicolau ganhou Prémio Illy de Melhor Curta-Metragem na Quinzena dos Realizadores, um evento paralelo do Festival de Cannes.
Cinéfondation
Primeiro Prémio
Needle, de Anahita Ghazvinizadeh (EUA)
Segundo Prémio
En Attendant Le Dégel, de Sarah Hirtt (Bélgica)
Terceiro Prémio
In the Fishbowl, de Tudor Cristian Jurgiu (Roménia)
Pandas, de Matúš Vizár (República Checa)
Quinzena dos Realizadores
Prémio Art Cinema
Les Garçons et Guillaume, à table!, de Guillaume Galliene (França)
Prémio Label Europa Cinemas
The Selfish Giant, de Clio Barnard (Reino Unido)
Prémio SACD
Les Garçons et Guillaume, à table!, de Guillaume Galliene (França)
Menção Especial
Tip Top, de Serge Bozon (França)
Prémio Illy de Curta-Metragem
Gambozinos, de João Nicolau (Portugal)
Menção Especial
Pouco mais de um mês, de André Novais Oliveira (Brasil)