Ao nono dia do certame de Cannes, foi a vez de Xavier Dolan, com “Mommy”, e Ken Loach, com “Jimmy’s Hall”, estrearem os seus filmes.
Esta é a quarta presença de Xavier Dolan em Cannes. Com 25 anos, o mais novo dos dezoito seleccionados, apresenta “Mommy”, filme em que ele explora novamente o elo entre mãe e filho. Para a ocasião, ele rodeia-se das intérpretes que tornaram famosos os seus filmes anteriores, Anne Dorval e Suzanne Clément, acompanhadas de Antoine Olivier Pilon. Neste drama, sobre uma viúva que assume a guarda do filho, um adolescente profundamente turbulento, Dolan opta pelo formato quadrado para salientar os traços e caracteres dos personagens: “O quadrilátero que ele forma emoldura os rostos perfeitamente e representa o retrato ideal”, explica Xavier Dolan. Xavier Dolan sobre a escolha do formato 1:1: “As distrações são cortadas. O olhar do espectador fica prisioneiro do personagem. Claro que houve belas possibilidades que permitiam brincar com a linguagem. Adeus linguagem!”. A crítica gostou bastante: “Divertido, comovente e, acima de tudo, uma obra original do canadense enfant terrible Xavier Dolan” e “‘Mommy’ prova que as expectativas prolongados não foram infrutíferas.”.
Outra grande estreia foi a do novo filme de Ken Loach, que pertence ao grupo de cineastas altamente respeitados em Cannes. Desde 1979 apresentou 16 filmes em Cannes e ganhou uma Palma de Ouro e dois Prémios do Júri. “Jimmy’s Hall” é um retrato politizado na Irlanda dos anos 30, com uma personagem poderosa e sem compromissos. Este seu filme político, é talvez um dos últimos filmes de ficção do cineasta, o qual confessa, numa entrevista concedida ao The Guardian, encontrar um certo conforto no formato documentário: “Com as imagens de arquivo não é necessário reproduzir cenas dos anos 30, como foi o aso neste filme“. “Com o filme de 35 mm, que tem de ser cortado, damos mais atenção ao que fazemos, é uma cooperação muito mais humana. O 35 mm toca-se, vê-se. Encomendar novas tiras era muito oneroso, perguntámos então aos técnicos de montagem se tinham algo nas respectivas garagens e o pessoal da Pixar conseguiu encontrar esse material!”, disse Ken Loach sobre o aspecto técnico e a diferença entre o filme 35 mm e o digital. “Jimmy’s Hall” recebeu uma das maiores ovações desta edição do Festival de Cannes, tendo o Indiewire considerado este “um dos trabalhos mais divertidos do ano”. No entanto, houve alguns críticos que consideraram o filme demasiado “pedagógico” e “demasiado simpático”.
Neste dia, o Júri da Cinéfondation e das curtas metragens, presidido por Abbas Kiarostami e composto por Mahamat-Saleh Haroun, Noémie Lvovsky, Daniela Thomas e Joachim Trier, atribuiu o primeiro prémio ao filme “Skunk”, de Annie Silverstein.
Primeiro Prémio
Skunk, de Annie Silverstein (EUA)
Segundo Prémio
Oh Lucky!, de Atsuko Hirayanagi (Singapura)
Terceiro Prémio ex aequo
Lievito Madre, de Fulvio Risuleo (Itália)
Terceiro Prémio ex aequo
The Bigger Picture, de Daisy Jacobs (Reino Unido)
Quanto à Semana da Crítica do Festival de Cannes 2014, o filme “The Tribe”, do ucraniano Myroslav Slaboshpytskiy, recebeu o Grande Prémio da Semana da Crítica, o Prémio Visionário e o Prémio Gan Foundation.
Grande Prémio Nespresso
The Tribe, de Myroslav Slaboshpytskiy
Prémio Visionário France 4
The Tribe, de Myroslav Slaboshpytskiy
Prémio SACD SACD
Hope, de Boris Lojkine
Prémio Descoberta Sony CineAlta para Melhor Curta
A Ciambra, de Jonas Carpignano
Prémio Canal+ para Curta-metragem
Crocodile, de Gaëlle Denis
Prémio Gan Foundation Apoio para Distribuição
The Tribe, de Myroslav Slaboshpytskiy