Thierry Frémaux, delegado-geral do festival de Cannes, anunciou ontem que o filme de Terry Gilliam, “O Homem que Matou D. Quixote”, vai mesmo encerrar a 71ª edição de Cannes. Ontem (9 de maio) o tribunal francês indeferiu o pedido do produtor português Paulo Branco e da sua produtora Alfama Films Production de proibir que o filme fosse exibido durante a noite de encerramento do Festival de Cannes, no sábado 19 de maio.
No comunicado do festival pode ler-se o seguinte: “A campanha de tentativa de intimidação orquestrada por Paulo Branco e seu filho advogado foi, portanto, infrutífera. A decisão do juiz comprovou que, contrariamente ao que os Brancos continuaram a reivindicar (entre outros ataques caluniosos e mentiras), o Festival de Cannes nunca se colocou acima da lei nem tentou forçar uma decisão.”
“O Festival de Cannes, que em todo o caso repetidamente expressou a sua lealdade e apoio aos criadores, tem o prazer de ver que a justiça permitirá a apresentação deste trabalho, cujo realizador certamente merece vê-lo finalmente apresentado ao público.”
A tentativa de Paulo Branco e da sua produtora Alfama Films Production de impedir que o filme maldito de Terry Gilliam estreasse em Cannes falhou. No entanto, esta história está longe de terminar, pois só em junho é que se ficará a saber a decisão judicial de quem é que afinal detém os direitos do filme.
Protagonizado por Adam Driver, Jonathan Pryce e Olga Kurylenko, o filme foi rodado em Portugal e em Espanha. O polémico filme que demorou quase vinte anos a completar vai ser exibido na cerimónia de encerramento de Cannes, no dia 19 de maio, e vai estrear no mesmo dia nas salas de cinema francesas.
Entretanto foi comunicado que o realizador norte-americano, de 77 anos, foi hospitalizado no passado fim de semana, em Londres, por ter sofrido um acidente vascular cerebral, o que pode comprometer a sua presença na estreia do seu filme em Cannes.