Realizou-se hoje a cerimónia da entrega dos prémios mais importantes do cinema, a 72.ª edição do Festival de Cannes. A Palma de Ouro foi entregue ao cineasta sul-coreano Bong Joon-Ho pelo filme “Parasite”, que já tinha disputado o prémio em 2017 com “Okja” (da Netflix). É a primeira Palma de Ouro para a Coreia do Sul. Em 2018 o Festival de Cannes tinha atribuído a Palma de Ouro a um filme asiático, a “Shoplifters”, do japonês Hirokazu Koreeda.
“Parasite”, um drama familiar negro onde os únicos monstros são humanos, conta a história de uma família de desempregados, a de Ki-taek, que vivem num escuro e sórdido apartamento no subsolo, onde convivem com baratas.
O jornal The Guardian, que lhe atribuiu 4 estrelas descreveu o filme como “Um drama de suspense luxuosamente acessível e satírico [que] é tão puramente suave quanto o Mercedes conduzido pela personagem principal”.
Depois de duas Palmas de Ouro, os irmãos Dardenne voltaram a vencer em Cannes, pela primeira vez o prémio de Melhor Realizador, pelo filme “Young Ahmed”, que chega aos cinemas nacionais a 7 de novembro.
O prémio do júri foi dividido entre o filme futurista brasileiro “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “Les Misérables”, de Ladj Ly. Antonio Banderas venceu o prémio de Melhor Ator, pela sua interpretação no filme “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar, que estreia nos cinemas nacionais a 5 de setembro.
“A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz, com produção e elenco brasileiro, venceu o grande prémio da secção Un Certain Regard. Foi a primeira vez que o Brasil venceu nesta seção do festival.
Palmarés 2019
Palma de Ouro
Parasite, de Bong Joon-ho (Coreia do Sul)
Grande Prémio do Júri
Atlantiques, de Mati Diop (França/Bélgica/Senegal)
Melhor Realizador
Jean-Pierre e Luc Dardenne, por Young Ahmed (Bélgica/França)
Melhor Atriz
Emily Beecham, em Little Joe (Austria/Reino Unido/Alemanha)
Melhor Ator
Antonio Banderas, em Pain & Glory (Espanha)
Melhor Argumento
Céline Sciamma, por Portrait d’une Jeune fille en feu (França)
Prémio do Júri
Les Misérables, de Ladj Ly (França)
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho & Juliano Dornelles (Brasil/França)
Menção Especial
It Must Be Heaven, de Elia Suleiman (França/Alemanha/Canada/Turquia/Qatar)
Camera d’Or (Melhor Primeiro Filme)
Our Mothers, de César Diaz (Bélgica/França/Guatemala)
Palma de Ouro (Curta-Metragem)
The Distance Between Us and the Sky, de Vasilis Kekatos (Grécia)
Menção Especial
Monstruo Dios, de Agustina San Martín (Argentina)
It Must Be Heaven, de Elia Suleiman (França/Alemanha/Canada/Turquia/Qatar)
Beanpole, de Kantemir Balagov (Russia)
The Lighthouse, de Robert Eggers (Canada/EUA)
Secção Un Certain Regard
Prémio Un Certain Regard
A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz (Brasil/Alemanha)
Prémio de Júri
O que arde, de Oliver Laxe (Espanha/França/Luxemburgo)
Prémio para Melhor Interpretação
Chiara Mastroianni, em Chambre 212, de Christophe Honoré
Prémio para Melhor Realizador
Kantemir Balagov, por Beanpole (Russia)
Prémio Especial do Júri
Liberté, de Albert Serra (França/Portugal/Espanha/Alemanha)