Cannes 2022: Nitrato e Leopardo adquirem filmes premiados 

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"Close", de Lukas Dhont

As distribuidoras Nitrato Filmes e a Leopardo Filmes anunciaram as suas novas aquisições de filmes que passaram pela 75.ª edição do Festival de Cannes. Ao todo são cinco filmes que irão estrear ainda este ano em Portugal, dois da Nitrato e três da Leopardo.

A Nitrato Filmes anunciou que irá estrear “duas das pérolas da competição do Festival de Cannes 2022”: “EO”, de Jerzy Skolimowski (vencedor do Prémio do Júri) e “Pacifiction”, de Albert Serra.

“EO” é um filme sobre a viagem de um burro pela Europa, que se vai encontrando com diferentes tipos de pessoas. O filme é de certa forma uma homenagem ao filme de Robert Bresson, “A Grande Testemunha” (1966).

“Uma carga emocional potente, uma consciência ecológica muito contemporânea e uma produção cinematográfica que, na melhor das hipóteses, ganha bastante na sua estranheza, marca EO como um filme com animais como protagonistas que se mantém desafiadoramente nos seus próprios cascos.”, segundo o Screendaily.

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“EO”, de Jerzy Skolimowski

O filme do espanhol Albert Serra, “Pacifiction – Tourment sur les îles”, é uma coprodução internacional que tem como atores principais Benoît Magimel e o crítico de Arte Alexandre Melo, no elenco principal. É o quarto filme de Albert Serra que a portuguesa Rosa Filmes produz. O filme esteve nomeado para a Palma de Ouro e para a Palma Queer. “Um conto estranhamente cativante!”, escreveu o Screendaily.

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“Pacifiction”, de Albert Serra

A Leopardo Filmes vai assegurar a estreia comercial em Portugal de três filmes premiados: “Close”, de Lukas Dhont, vencedor do Grande Prémio, e “Boy from Heaven”, de Tarik Saleh, Prémio de Melhor Argumento. Da secção Un Certain Regard, “Blue Caftan”, de Maryam Touzani, galardoado com o prémio FIPRESCI.

Lukas Dhont comoveu Cannes com Close”, um filme sobre a amizade e a perda, que parte da ruptura numa amizade intensa entre dois rapazes de 13 anos, Léo (Eden Dambrine) e Rémi (Gustav De Waele).

“É um filme de uma raríssima sensibilidade. Uma deflagração. Que pensará um ator visceral como Vincent Lindon, presidente do júri, da potência destas interpretações? Há profissionais adultos que passam uma vida inteira sem conseguirem chegar aonde chegam estes miúdos.”, segundo Francisco Ferreira, do Expresso.

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“Boy from Heaven”, de Tarik Saleh

Em “Boy from Heaven” seguimos Adam, filho de um pescador, a quem é oferecido o derradeiro privilégio de estudar na Universidade Al-Azhar, no Cairo, o epicentro do poder do islamismo sunita. Pouco depois da sua chegada ao Cairo, o líder religioso da universidade, o Grande Imã, morre subitamente. E Adam acabará por se tornar num peão numa implacável luta pelo poder entre a elite religiosa e política do Egipto.

“(…) se Boy from Heaven possui uma subtil capacidade de revelação e perturbação, isso decorre da sua hábil estrutura quase policial, gerindo um “suspense” que decorre da teia que vai envolvendo o jovem estudante Adam, interpretado pelo magnífico Tawfeek Barhom.”, segundo João Lopes, do Diário de Notícias.

Com “Blue Caftan”, Maryam Touzani retoma a temática da força dos laços pessoais já vislumbrados no seu filme anterior, “Adam”, com a história de Halim, que mantém um casamento de longa data com Mina, com quem gere uma loja tradicional de cafetãs na Medina de Salé, em Marrocos. A doença de Mina e a chegada de um jovem aprendiz vão perturbar o equilíbrio do casal, desvelando um segredo que guardavam. Unidos pelo amor, cada um ajudará o outro a enfrentar os seus medos. “Um retrato subtil de um casamento, (…) com um olhar empático e admirador.”, segundo o Deadline.

As datas de estreia dos filmes serão anunciadas em breve.

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