Cannes 2023: Em Cannes, “Asteroid City” de Wes Anderson provoca controvérsias

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Apresentando paisagens deslumbrantes de um deserto aleatório no meio dos Estados Unidos, uma estética visual única caracterizada por tons pastéis vibrantes, cenários que evocam casas de bonecas, figurinos minuciosos e sem datação, narrativas surreais e personagens idiossincráticos, “Asteroid City”, a nova produção do imaginário fabuloso e peculiar de Wes Anderson, teve sua estreia nesta terça-feira (23) em Cannes. As informações foram divulgadas pelo Terra.

 

No prestigioso Festival de Cannes, a exibição contou com a participação de renomadas estrelas, como Scarlett Johansson, Tom Hanks, Jason Schwartzman, Steve Carell e outros talentosos atores. Segundo reporta a imprensa internacional, a estreia foi impactante, recebendo uma ovação ensurdecedora da plateia, que durou impressionantes 6,5 minutos.

Antes da projeção, Anderson expressou sua satisfação ao compartilhar sua criação pela primeira vez, destacando que nem ele mesmo havia tido a oportunidade de assisti-la antecipadamente. Ele elogiou o elenco excepcional por dar vida aos personagens de forma magistral.

 

Entretanto, parece que as características e os elementos mencionados acima, tão frequentes na filmografia do diretor texano, juntamente com a direção de fotografia de Robert D. Yeoman, a banda sonora de Alexandre Desplat e o guarda-roupa de Milena Canonero em filmes como “Moonrise Kingdom”, “Grand Budapest Hotel” e “Crónicas de França”, não foram suficientes para evitar a decepção do público com a trama escrita por ele e seu colaborador fiel, Roman Coppola. Como resultado, a obra deixou muito a desejar.

Por conseguinte, logo após o encerramento das cortinas, as críticas ao filme começaram a surgir entre os veículos de mídia presentes na estreia. Nesse quadro, “Asteroid City” recebeu uma recepção mista, para dizer o mínimo, com alguns elogiando sua excentricidade, enquanto outros apontaram a falta de coerência narrativa.

Ilustrando o panorama, entre os críticos, Owen Gleiberman, da Variety, afirmou: “Embora a atmosfera de ‘Asteroid City’ tenha aquele delicioso sabor vintage característico de Anderson, as cenas e eventos que se desenrolam ali não correspondem a esse encanto”. Gleiberman também observou que o humor presente no filme é divertido em alguns momentos, mas em outros parece forçado. Ele mencionou que o filme pretende ser uma meditação estilizada sobre o luto, mas falha em evocar emoções verdadeiramente intensas.

Por outro lado, a narrativa andersoniana foi apreciada por alguns críticos. Por exemplo, Todd McCarthy, do Deadline, descreveu “Asteroid City” como uma “surpresa deliciosamente peculiar que exala criatividade em cada cena”. Contudo, McCarthy ponderou que, por vezes, o filme parece buscar epifanias criativas sérias que nunca se concretizam, gerando perplexidade em vez de percepção. Apesar disso, ele considerou a obra como algo verdadeiramente novo, original e diferente de tudo visto anteriormente.

Esther Zuckerman, do The Daily Beast, ficou impressionada com o filme de Anderson, considerando “Asteroid City” o melhor trabalho do realizador desde “Grand Budapest Hotel”. Ela o descreveu como uma obra “completamente hilária que se funde em algo quase assombroso”.

Por fim, para o respeitado Peter Bradshaw, do The Guardian, o ritmo frenético de “Asteroid City” é um de seus maiores méritos. Bradshaw observou: O filme avança de maneira inteligente e estimulante, absorvendo habilmente as implicações do pathos e da solidão sem perder o compasso”. Bradshaw consagrou o longa como uma “nova comédia incrivelmente divertida e sutilmente sofisticada”.

 

 

 

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