Aproxima-se a noite do 60º aniversário do Cine Clube de Viseu (CCV), que celebra o importante aniversário no dia 15 de dezembro com um filme-concerto de “O Navegante” (1924) de Buster Keaton. O filme será musicado ao vivo por Filipe Raposo e Bruno Pinto, num espectáculo em estreia, com composição original de Filipe Raposo. O filme-concerto de “O Navegante” poderá ser visto nos dias 15 e 16 de dezembro no Teatro Viriato, em Viseu.
“O Navegante foi realizado no período em que Buster Keaton fez as suas maiores obras-primas e, segundo alguns testemunhos, era o seu filme preferido. Desta vez, Buster é um ricaço que, ao cabo de algumas peripécias, vai parar a um navio, no alto mar, cuja única passageira é uma jovem. Como sempre no cinema de Buster Keaton, grande parte do humor vem da luta permanente entre o protagonista e os objectos, que podem não ser menos perigosos do que os canibais que habitam a ilha onde o navio acaba por chegar.”
“Mantendo sempre um rosto impassível, alheio às maiores confusões, Buster Keaton assumiu, nos seus filmes, os papéis de cowboy, projecionista de cinema, condutor de comboios”. Keaton, amigo e rival de Chaplin, foi um dos maiores cómicos do cinema mudo, de onde se destacam os filmes “Sherlock Jr.” (1924), “Go West” (1925), “Pamplinas Maquinista” (1926), “O Cameraman” (1928), “O Herói do Rio” (1928) e muitos mais.
Com a chegada do cinema sonoro a sua carreira decaiu, sendo que “A Comparsa” (1929) foi o seu último filme mudo. Devido a problemas de alcoolismo, Keaton foi despedido nos anos 30 do estúdio da MGM. Reapareceu nos anos 50 em alguns filmes, como por exemplo, em “Luzes da Ribalta” (1952) com Chaplin, em “O Crepúsculo dos Deuses” (1950) e “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1957),
Outra das novidades do programa comemorativo dos 60 anos do Cine Clube de Viseu, é a exposição individual de Luís Troufa, “FRAME”, no Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu. “FRAME deve aos filmes Stalker, O Espelho e Nostalgia – do realizador russo Andrei Tarkovski – parte do seu imaginário, servindo como modelo visual para a sua construção. A cor, a atmosfera geral, e sobretudo a figura humana revelam uma assumida relação de reverência pela obra do realizador russo. No seu percurso, FRAME propõe uma linguagem cujo vislumbre da realidade é desassossegador, perturbante, até mesmo paradoxal. Uma realidade aberta, longe da clareza interpretativa, de forte valor simbólico, imbuída de uma atmosfera indiscutivelmente melancólica. FRAME estará exposto de 07 de novembro a 31 de janeiro, no Museu Nacional Grão Vasco.”.
Ainda em novembro, o CCV vai organizar três sessões de um espectáculo único de lanterna mágica, “O Fabuloso Espectáculo de Lanterna Mágica do Professor Heard”, acompanhadas ao piano por Filipe Melo e narração em português por Vanessa Sousa Dias, nos dias 15, 16 e 17, no Teatro Viriato.
Haverá ainda uma sessão do filme “Madame De…”, uma obra-prima de Max Ophuls, filme escolhido e apresentado pelo cineasta João Botelho, no dia 14 de novembro, no Teatro Viriato.
Ler mais sobre os 60 anos do CCV aqui.
Fonte: Cine Clube de Viseu