Cinemateca Portuguesa dedica retrospetiva especial a Terence Davies

Com exceção de “Distant Voices, Still Lives”, “The Long Day Closes” e “The House of Mirth”, todos os outros filmes de Davies serão exibidos pela primeira vez na Cinemateca
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Foto: Jamie Simpson/Herald & Times

A Cinemateca Portuguesa dedicará uma retrospetiva integral à obra do realizador britânico Terence Davies (1945-2023) na primeira quinzena de setembro.

O programa, intitulado “Terence Davies, o Cantor da Memória”, exibirá não apenas toda a filmografia do realizador, mas também dois títulos adicionais: o filme póstumo “Home! Home!”, finalizado pelo seu assistente, e “Young at Heart”, que Davies considerava o seu filme favorito.

Quando arranca?

“Terence Davies, o Cantor da Memória” arranca no dia 2 de setembro às 19h, com a exibição de “The Long Day Closes”, uma obra-chave para a compreensão das ressonâncias autobiográficas do seu cinema.

Com exceção de “Distant Voices, Still Lives”, “The Long Day Closes” e “The House of Mirth”, todos os outros filmes de Davies serão apresentados pela primeira vez na Cinemateca, e todas as suas obras desde 2015 terão estreia nacional.

Pequena, mas célere filmografia

Reconhecido pela sua abordagem autobiográfica, onde a memória, a melancolia e a História são eixos centrais, Terence Davies realizou apenas catorze filmes ao longo da sua carreira, iniciada no final da década de 70.

A trilogia que marca o início da sua obra, composta pelos três curtas-metragens “Children”, “Madonna and Child” e “Death and Transfiguration”, filmados ao longo de sete anos (1976-1983), conferiu-lhe grande reconhecimento e é hoje considerada um marco do cinema queer inglês.

Esta obra tripartida explora a vergonha e a repressão homossexual através da personagem de Robert Tucker, um alter-ego do realizador, situando-se no contexto de uma Liverpool operária e católica.

Pós-trilogia

Após a trilogia, Terence Davies realizou “Distant Voices, Still Lives” (1988), a sua estreia em longa-metragem, e manteve uma carreira produtiva até ao final do século, marcada pela mistura de ficção e autobiografia.

Entre os seus trabalhos notáveis está também “The Neon Bible” (1995), com Gena Rowlands no papel principal.

A partir de “The House of Mirth” (2000), o seu cinema passou a explorar o drama histórico, a biografia e o documentário.

Em 2011, Davies realizou “O Profundo Mar Azul”, filme estrelado por Rachel Weisz e Tom Hiddleston. A história apresenta Hester Collyer (Rachel Weisz), um espírito livre, mas aprisionado num casamento desapaixonado com um juiz da alta sociedade. Após conhecer Freddie Page (Tom Hiddleston), um problemático ex-piloto da Royal Air Force, a vida de Hester entra em turbulência. O envolvimento erótico entre eles acaba por a deixar isolada física e emocionalmente.

A sua mais recente longa-metragem, “Benediction”, realizada no início desta década, é um retrato biográfico do poeta britânico Siegfried Sassoon, um soldado da Primeira Guerra Mundial que teve várias relações homossexuais e, posteriormente, se converteu ao catolicismo.

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