O The Hollywood Reporter avançou que fará uma série de entrevistas a membros da indústria cinematográfica, desde atores, realizadores, escritores, de modo a mostrar como estes trabalham em tempos de pandemia.
O primeiro entrevistado não é desconhecido de ninguém. Realizador e argumentista de filmes como “Veludo Azul”, “Mulholland Drive” e “Twin Peaks”, David Lynch conta como está a lidar com o isolamento no seu estúdio em Hollywood. “Muito bem. Eu gosto do isolamento”, afirma. David Lynch tem dedicado o seu tempo a desenvolver projetos a solo, notando que tão depressa não deverá ser possível passar à parte prática de filmagens. Mostra estar a lidar bem com a quarentena e defende que a prática da meditação transcendental (Transcendental Meditation) é algo extremamente positivo nestes momentos de maior incerteza e tensão e aconselha-a a quem quer que esteja a sentir-se afetado com a situação atual.
Quando questionado acerca de novos projetos e de como a pandemia o afetou, o realizador apenas declara que todo o tipo de produção encontra-se suspensa, permitindo assim desenvolver com mais tempo outros projetos pessoais e de lazer, como pintura e música. “Não creio que volte a trabalhar num filme até haver uma vacina para o vírus”, confessa. Quanto a trabalhos de maior dimensão, admite preferir trabalhar numa série do que numa longa-metragem e defende que a televisão é o futuro pela sua crescente qualidade. “Gosto da ideia de uma história com continuidade”.
Lynch acredita que o pós-Covid-19 trará um mundo diferente daquele que estávamos acostumados e notar-se-á uma mudança nas pessoas e em como estas veem o mundo. Mostra-se positivo na idealização de um mundo melhor, mais espiritual e amigável.
Atualmente pode ser visto na Netflix o seu trabalho mais recente, a curta-metragem “What Did Jack Do?”.