«Compartimento n.º 6» é o mais recente filme do finlandês Juho Kuosmanen. Os seus dois primeiros filmes ganharam um prémio no Festival de Cinema de Cannes. «The Painting Sellers» (2010) ganhou o 1º prémio na Cinefondation de Cannes e «O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki» (2016) ganhou O Prémio Un Certain Regard. Para além de realizar filmes premiados, dirigiu ópera e teatro de vanguarda. Também faz curtas-metragens mudas com música ao vivo e foleys. É o co-fundador e director artístico de um pequeno festival de cinema na sua cidade natal, Kokkola.
«Compartimento n.º 6» é a segunda longa-metragem do realizador e foi vencedor, no 74.º Festival de Cannes, do Grande Prémio e Prémio do Júri Ecuménico – Menção Especial (ambos atribuídos a Juho Kuosmanen).
«Compartimento n.º 6» é baseado no Romance original de Rosa Liksom: “Hytti nro 6”, tem como Argumentistas Livia Ulman e Andris Feldmanis e parte do mote: uma mulher sentindo-se perdida e um homem que odeia o mundo, num comboio, através da Rússia.
“A realidade absurda do colapso da União Soviética dá um enquadramento perfeito para esta história simples que segue o caminho de dois outsiders. O poder expressivo do filme está nos detalhes e nas texturas fortes. Utilizamos filme por ser o melhor material para tornar as texturas sensuais em formato gravado. Os detalhes são importantes neste filme e quero gravá-los com tanta precisão que o público possa sentir o cheiro do compartimento e a sensação do tecido sintético da cortina”, observa o realizador.
O filme tem como elenco Seidi Haarla (Laura) e Yuriy Borisov (Vadim).

Sinopse: «MOSCOVO 1996. Laura, uma estudante finlandesa, deixa a cidade com perda no coração e confusão na cabeça. Apanha um comboio para Murmansk para ver pinturas rupestres com 10 000 anos de idade. Ao contrário da sua vida em Moscovo, ela quer estar rodeada por algo que perdure.
Ela é obrigada a partilhar o compartimento do comboio com Vadim, um mineiro russo. A companhia vulgar de Vadim e a realidade desolada das cidades russas começam a dissolver as ideias românticas que Laura tinha das suas viagens.
Após cinco dias de uma viagem de comboio incómoda e desconfortável, Laura chega a Murmansk apenas para perceber que não lhe é permitido ir às pinturas rupestres. Laura procura Vadim e pede-lhe ajuda. Nas cavernas, quando finalmente está rodeada por algo antigo e permanente, ela percebe que o que mais importa são as pessoas vivas e os momentos fugazes que podemos partilhar quando ainda estamos vivos.»
O filme estreia em Portugal a 9 de Dezembro, e tem ante-estreia no Festival LEFFEST (Lisbon and Sintra Film Festival) a 11 de Novembro, fora de competição, no Cinema Tivoli.