O Entre Olhares – Mostra de Cinema Português é o primeiro festival de cinema a marcar o território na Margem Sul, dedicando o seu programa exclusivamente ao panorama da produção nacional. No entanto, esta é uma iniciativa que já acontece desde 2019, no Barreiro, que reúne num só lugar filmes do país inteiro, mas também do estrangeiro, pelo olhar de cineastas portugueses.
A seleção deste ano conta com 70 filmes dispersos em 5 secções. Numa delas, a secção “Olhar o Mundo“, reúne obras de ficção e animação que recriam factos ou circunstâncias semelhantes à vida real, ou que refletem sobre ela, como é o caso de “The Shift” de Laura Carreira, “Sofia“ de Gonçalo Viana e Filipe Ruffato, “Adeus Senhor António” de Júlia Buisel ou “A Rainha” de Lúcia Pires.
Já na secção “Territórios“, dedicada ao documentário, estreia-se “Mulher da Minha Gente” de Nicole Noia e exibe-se alguns filmes de realizadores reconhecidos como “O Que Não se Vê” de Paulo Abreu e “Timkat” de Ico Costa. Também encontramos novos realizadores nesta secção, tais como Fábio Silva que nos traz “Fruto do Vosso Ventre” (vencedor da Melhor Curta ‘Take One’ do Festival de Curtas de Vila do Conde e Melhor Curta do Festival Play-Doc) – recorde a nossa opinião – e Pedro Gonçalves Ribeiro com “O Resto“.
Dentro da secção “Territórios” também fazem parte algumas longas-metragens como “Visões do Império” de Joana Pontes e “A Nossa Terra, o Nosso Altar” de André Guiomar. Estreiam neste festival a longa documental “The Plastic Hike” de Carolina Semrau e Augusto Lima e “Casa Velha” de César Pedro.
No Entre Olhares também há lugar para a ficção científica e terror. Na secção “Narrativas em Contraste” podemos encontrar filmes como “Equação Divina” de Ricardo Machado e “Cuidado” de Sebastião Salgado, ambos em estreia nacional. Destaca-se nesta secção também “Erva Daninha” de Guilherme Daniel e “Häuschen – A Herança” de Paulo A. M. Oliveira e Pedro Martins.
A secção “Caminhos Alternativos” traz ao grande ecrã filmes de cinema experimental, que conta com um conjunto de curtas bastante disruptivas que mostram como o cinema pode ser uma linguagem em constante evolução, através da transformação do mecanismo de contar histórias com imagens e sons. Nesta secção podemos encontrar filmes como “Solo Infértil” de Camila Vale, “Lugar Nenhum” de Pedro Gonçalves Ribeiro, “Olhar para Tudo como um Movimento” de Telmo Ribeiro, “Depth Wish” de Margarida Albino ou “A Dança do Cipreste” de Mariana Caló e Francisco Queimadela.
Na secção “Curtas à Primeira Vista” podemos assistir a um programa repleto de diversidade de géneros cinematográficos, dedicado a primeiras obras e filmes realizados em escolas de cinema, tais como “Valente” de Gonçalo Ribeiro, “Banho Santo” de Bruno Saraiva, “Siesta Club” de Luís Tovar de Lemos, “Musgo” de Alexandra Guimarães e Gonçalo L. Almeida, “Liberdade, Bairro Eterno” de Bruno Reis ou “A Incessante Conquista da Escuridão” de João Pedro Soares.
Na sessão de encerramento é exibido o recém-estreado filme “Eunice ou Carta a uma Jovem Actriz” de Tiago Durão.
A 3.ª edição do Entre Olhares realiza-se de 6 a 21 de Novembro, no Cine Clube do Barreiro, no Fórum Barreiro, e no Auditório Municipal Augusto Cabrita.
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