O primeiro fim de semana do Fantasporto abre portas ao novo cinema asiático, não deixando para trás o que de novo se faz em Portugal.
“A cidade do Porto, Património Mundial da Humanidade, recebe um dos festivais de cinema cada vez mais prestigiados a nível europeu e mundial: o Fantasporto.”
Teve início no passado dia 25 de fevereiro, o Festival Internacional de Cinema do Porto, que abriu portas aos grandes auditórios do Rivoli com as sessões Fantas Classics, passando filmes como “Blade Runner” (1982), de Ridley Scott, “Dracula de Bram Stoker” (1992), de Francis Ford Coppola, e com a celebração dos 40 anos do filme de Martin Scorsese, “Touro Enraivecido”, introduzindo as estreias na passada sexta, 28 de fevereiro.
“Adverse”, de Brian A. Metcalf, foi o thriller teve antestreia na sessão de abertura do festival. Na primeira noite de Fantasporto, já no pequeno auditório, houve sessão de Jinga Fright Nights, com os filmes “Our Evil” (Brasil) e “Still/Born” (Canadá).
O meu destaque pessoal dos primeiros dias de competição do Fantasporto vai de encontro ao cinema asiático, com apresentações de uma imensa diversidade cinematográfica que representa toda uma cultura, embalando a técnica de cinema característica dessa cultura.
No dia 29, iniciaram-se sessões que apresentaram o cinema das Filipinas, com Clarita na categoria de Cinema Fantástico. Ao longo dia, filmes como “Cry of the Sky” (Curdistão/Iraque) e Bring “Me Home” (Coreia do Sul) – seleção de Chicago e Toronto – evidenciam preconceitos culturais existentes no Curdistão Iraniano até uma narrativa que destaca a luta individual de uma mãe sul-coreana na busca incessante pelo filho desaparecido. A fechar o segundo dia de sessões oficiais, “Dancing Mary” (Japão) foi exibido no auditório Manoel de Oliveira. No pequeno auditório, apresenta Luís Noya o seu filme, “Por Detrás da Moeda” (Portugal), em antestreia mundial, um documentário sobre os músicos de rua no Porto.
Domingo, dia 1 de março, “Infection” (México) junta espectadores para uma experiência apocalíptica vivida na Venezuela. No decorrer da tarde até ao início das sessões da noite, o filme “Una Chica Invisible” (Argentina) e “Fallen” (Coreia do Sul) convidam o espectador a permanecer pelas ruas do centro do Porto.
Em caráter mais pessoal, distingo um filme português, “Conselhos da Noite”, na categoria Prémio do Cinema Português – Melhor Filme, de José Oliveira. Uma obra que retrata de uma maneira real e fria a vida de um jornalista em decadência. “É uma carta de amor para a minha cidade, a cidade de Braga”, afirma o próprio realizador, que diz ainda ser um filme onde está presente a infelicidade de uma pessoa que procura o conforto da cidade em que nasceu.
Assim se realizou o 1.º fim de semana no Fantasporto, um festival que não só abriu (e abre) as portas à ascendência de novas culturas cinematográficas, como também abre o apetite aos que de novo, ou pela primeira vez, exploram novos tipos de cinema.