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Fantasporto 2020: o quarentão dos festivais de cinema

Casa cheia para receber a abertura oficial da 40.ª edição do Fantasporto, depois de três dias a revisitar clássicos como “Blade Runner”, “Drácula de Bram Stoker” e “O Touro Enraivecido”. O discurso da praxe pela Beatriz Pacheco Pereira e pelo Mário Dormisnky em que se reforça a ideia do abandono cultural desde o papel do Estado aos apoios privados e se faz um balanço do caminho que estes 40 anos de Festival acabam por traçar.

Seguimos para o filme de abertura, “Adverse”, de Brian A. Metcalf, que já tinha estado no Fantasporto em 2018 com “Living Among Us”. Realizador anunciado muitas vezes como promissor tem acabado por não ter essa explosão necessária com os seus filmes para provar ser essa promessa. Desta feita “Adverse” mostra-nos um trabalho a roçar o amador onde só o desfilar de nomes de vedetas de Hollywood parece ser razão para se escolher esse filme para alguma coisa.

Da mesma forma que como no futebol nem sempre um conjunto de grandes jogadores obtém grandes resultados, neste caso, juntar Mickey RourkeLou Diamond Phillips, Penelope Ann Miller, Sean Astin, Kelly Arjen e Thomas Ian Nicholas não fez de todo um bom filme. Um argumento pobre, incoerente e recheado de lugares comuns, interpretações muito aquém do que já vimos deste rol de atores, som com graves problemas, efeitos especiais nas cenas de ação completamente ridículos levam o espectador a perguntar-se se a intenção seria uma homenagem aos “série z” de ação.

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Pessoalmente, é raro encontrar um filme em que a única nota de pontuação a atribuir que me ocorre seja um grande e redondo zero, este é um desses.

Felizmente “A Night of Horror: Nightmare Radio”, na sessão seguinte, foi um regalo para os olhos. O filme mostra oito curtas pela mão de Jason Bognacki, Joshua Long, Adam O’Brien, Matthew Richards, Sergio Morcillo, Pablo S. Pastor, Oliver Park e A.J Briones. Bem como a história envolvente dos irmãos Nico e Luciano Onetti. Todos os capítulos trazem algo completamente diferente para a mesa, num jogo pelos vários estilos de terror. Saltos nas cadeiras, respirações suspensas, suspiros e desvios rápidos de olhar estiveram na ementa do público presente na sala.

Numa noite de tempestade, o apresentador de rádio Rod Wilson convida os ouvintes a telefonar e compartilhar suas próprias histórias paranormais, de terror ou mitos urbanos. O locutor começa a receber ligações estranhas de uma criança que pede desesperadamente ajuda. Rod fica entre a piada de mau gosto ou o seu cérebro a ser influenciado pelas suas próprias histórias. Desvendamos esse segredo intercalado nas curtas que vão sendo apresentadas.

Fotografias de Pedro Ferreira.

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