Está a chegar a 14.ª Festa do Cinema Italiano, adiada de abril para novembro devido à pandemia, em mais de 10 cidades portuguesas, “com o mesmo espírito acolhedor, curioso e transversal das edições anteriores, exibindo um conjunto de filmes italianos, aclamados pela crítica internacional e alguns dos maiores sucessos de bilheteira em Itália.”
A Festa do Cinema Italiano arranca no dia 2 de novembro em Lisboa, no Cinema São Jorge, no Cinema Medeia Nimas, no UCI El Corte Inglés, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema (onde será exibida a restrospetiva Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano, durante o mês de novembro) e, pela primeira vez, na Culturgest.

O novo filme de Nanni Moretti, “Três Andares”, será o filme de abertura da 14.ª edição, no Cinema São Jorge. Apresentado na seleção oficial do último festival de Cannes, o novo filme do cineasta italiano foi aplaudido unanimemente pela crítica, que o considerou um dos melhores filmes da carreira do realizador. O realizador, que interpreta o papel de um juiz no filme, convocou um elenco de luxo, composto por Riccardo Scamarcio, Alba Rohrwacher e Margherita Buy. “Três Andares” estreia nas salas portuguesas a 4 de novembro com a distribuidora Midas Filmes.
A sessão de encerramento em Lisboa realiza-se no dia 10 de novembro e coincide com a sessão de abertura da 8.ª edição do Festival Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival (a decorrer entre 10 a 14 de novembro). Os dois festivais juntam-se por uma noite, no Cinema São Jorge, para apresentar o filme “As Irmãs Macaluso”, a terceira longa-metragem da aclamada dramaturga Emma Dante, que conta a história de cinco irmãs e como o tempo atravessa as suas relações e a forma como vivem.

Organizada pela Associação Il Sorpasso, a Festa do Cinema Italiano 2021 faz-se no feminino, dedicando este ano uma retrospectiva às grandes atrizes e intérpretes do cinema italiano. Siamo Donne – Divas do Cinema Italiano, é uma retrospetiva (secção Amarcord) em colaboração com a Cinemateca Portuguesa. A retrospetiva será constituída por um ciclo com mais de 15 filmes que parte dos tempos do cinema mudo até os nossos dias. Foram e são muitas as atrizes italianas que marcaram profundamente o cinema de hoje e que são reconhecidas e admiradas e Itália e em todo o mundo. Esta retrospetiva é também uma oportunidade de descobrir ou redescobrir em sala as interpretações inesquecíveis de atrizes como Sophia Loren, Monica Vitti, Silvana Mangano, Claudia Cardinale, Alida Valli, Anna Magnani e muitas outras.
Paralelamente a esta retrospectiva, o festival vai contar forte presença feminina. Seja na fotografia, moda, ou música, o festival vai homenagear algumas das mulheres que marcaram a história italiana.
Em parceria com o Museu de Cinema de Turim vai ser inaugurada a exposição fotográfica “PHOTOCALL – Atrizes do Cinema Italiano”, dedicada às atrizes do cinema italiano que marcaram ao longo de um século, o cinema italiano através dos seus corpos, os rostos e representação e que se tornaram famosas no mundo inteiro.
Outra iniciativa será a exposição fotográfica “Mafia Passione… Amore”, de Roberto Timperi e Letizia Battaglia, “nome incontornável da fotografia italiana e fotojornalista reconhecida no mundo inteiro pelo seu trabalho único em retratar a máfia italiana. Apesar de ter ficado famosa pelas suas fotografias nos meandros da máfia, Battaglia documentou igualmente a vida quotidiana siciliana.”
“Letizia Battaglia estará presente no festival com uma exposição fotográfica “Mafia, Passione… Amore”, juntamente com o fotógrafo Roberto Timperi. Igualmente, a fotógrafa estará na exibição do filme “Shooting the Mafia”, de Kim Longinotto, um documentário dedicado à sua obra e à memória da história italiana e o filme “La mafia non è più quella di una volta (Era Uma Vez A Máfia)” de Franco Maresco.”
“A festa conta ainda com o documentário “La Scomparsa di Mia Madre”, de Beniamino Barrese. Realizado pelo seu filho, o filme conta a história de Benedetta Barzini, ícone de moda nos anos 60 e musa de Andy Warhol, Salvador Dalí e Richard Avedon que tornou-se feminista radical e activista pelos direitos das mulheres. O realizador Beniamino Barrese e a protagonista Benedetta Barzini estarão presentes no festival.”

A 14.ª edição traz as antestreias de filmes como “Era uma Vez a Máfia”, de Franco Maresco, vencedor do Prémio do Júri na última edição do Festival de Veneza, a comédia “negra” “Os Predadores”, realizado e protagonizado por Pietro Castellitto, e “Uma Livraria em Paris”, de Sergio Castellitto.
Em competição encontram-se cinco filmes que concorrem para o prémio de melhor filme do festival. O prémio dedicado às primeiras ou segundas obras será entregue por um júri internacional de profissionais do setor.
Para além de Lisboa, a Festa do Cinema Italiano realiza-se de 2 a 4 de novembro em Coimbra (TAGV – Teatro Académico Gil Vicente), de 3 a 5 de novembro, em Beja (Pax Júlia Teatro Municipal), de 4 a 7 de novembro, em Setúbal (Auditório Charlot), de 4 a 7 de novembro, em Penafiel (Cinemas Cinemax) de 4 a 10 de novembro no Porto (Cinema Trindade), de 4 a 7 de novembro, em Cascais (Cinema da Villa), 6 e 7 de novembro, em Alverca do Ribatejo (TEIV – Teatro Estúdio Ildefonso Valério), de 15 a 16 de novembro, em Aveiro (Teatro Aveirense), de 18 a 25 de novembro, em Tomar (Cine-Teatro Paraíso), de 23 a 26 de novembro, em Almada (Auditório Fernando Lopes Graça), seguindo para outras cidades portuguesas a anunciar em breve.
Panorama
Figli, de Giuseppe Bonito (2020)
Contos de um Verão Negro, de Fabio & Damiano D’Innocenzo (2020)
Tre Piani, de Nanni Moretti (2021)
Le sorelle Macaluso, de Emma Dante (2020)
La mafia non è più quella di una volta, de Franco Maresco (2019)
Il materiale emotivo, de Sergio Castellitto (2021)
Volevo nascondermi, de Giorgio Diritti (2020)
Padrenostro, de Claudio Noce (2020)
Hammamet, de Gianni Amelio (2020)
Cosa sarà, de Francesco Bruni (2020)
Odio l’estate, de Massimo Venier (2020)
Come un gatto in tangenziale – Ritorno a Coccia di Morto, de Riccardo Milani (2021)
Tolo Tolo, de Checco Zalone (2020)
Welcome Venice, de Andrea Segre (2021)
Competitiva
Piccolo corpo, de Laura Samani (2021)
I predatori, de Pietro Castellitto (2020)
Magari, de Ginevra Elkann (2019)
Nevia, de Nunzia De Stefano (2019)
Sole, de Carlo Sironi (2019)
Amarcord
Nella città l’inferno, de Renato Castellani (1959)
La ragazza con la pistola, de Mario Monicelli (1968)
La Ciociara, de Vittorio De Sica (1960)
La viaccia, de Mauro Bolognini (1961)
La ragazza di Bube, de Luigi Comencini (1964)
Dimenticare Venezia, de Franco Brusati (1979)
Malizia, de Salvatore Samperi (1973)
Respiro, de Emanuele Crialese (2002)
La Classe Operaia Va in Paradiso, de Elio Petri (1971)
Il processo di Verona, de Carlo Lizzani (1963)
Il Fuoco, de Giovanni Pastrone (1915)
Assunta Spina, de Francesca Bertini, Gustavo Serena (1915)
Codice privato, de Francesco Maselli (1988)
Al di là del bene e del male, de Liliana Cavani (1977)
Io la conoscevo bene, de Antonio Pietrangeli (1965)
Sabato, domenica e lunedì, de Lina Wertmüller (1990)
La Provinciana, de Mario Soldati (1953)
La Legge, de Jules Dassin (1959)
The Third Man, de Carol Reed (1949)
Belíssima, de Luchino Visconti (1955)
Malombra, de Carmine Gallone (1917)
Fonte: Festa do Cinema Italiano