Festival de Cinema de Gramado 2023: Lucy Barreto receberá o troféu Eduardo Abelin

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A realizadora, argumentista e produtora brasileira Lucy Barreto, será honrada com o prestigioso Troféu Eduardo Abelin durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado.

Troféu Eduardo Abelin é uma homenagem concedida a realizadores e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro. A honraria leva o nome de um dos pioneiros do cinema gaúcho, o diretor Eduardo Abelin. O realizador Carlos Reichenbach foi o primeiro a receber a honraria, em 2001. Juntam-se a ele nomes como Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Carla Camurati e Laís Bodanzky.

Quando a trajetória de vida se funde de forma inseparável com a obra realizada, ambos se amalgamam em um só significado. Natural de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, Lucy Barreto personifica o espírito do cinema brasileiro. Completando 90 anos em 2023, sua jornada na sétima arte teve início na década de 1960, quando se uniu ao realizador alagoano Cacá Diegues como assistente de cenografia no filme “Os Herdeiros”, lançado em 1968. Ao longo desse período que ultrapassa meio século, Lucy Barreto conquistou renome internacional graças ao seu compromisso incansável com o desenvolvimento do cenário audiovisual brasileiro.

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Reprodução: IMDb

Não demorou muito até que ela descobrisse sua verdadeira vocação, uma chamada que a conduziria a um lugar proeminente nos registros da cinematografia brasileira: a produção. Logo no início dos anos 1970, fez sua estreia como produtora no filme “O Homem das Estrelas”, realizado por Jean-Daniel Pollet.

Ao longo das décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000, desempenhou um papel crucial na criação de obras significativas para o cinema brasileiro. Entre essas realizações destacam-se “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), agraciado com três prémios Kikito, “Bye Bye Brasil” (1980), “O Quatrilho” (1995), indicado ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, e “Flores Raras” (2013).

 

Além de produzir ou co-produzir filmes ao lado de realizadores como Nelson Pereira dos Santos, Miguel Borges, Anselmo Duarte, Marco Altberg e Vicente Amorim, Lucy Barreto é parte fundamental na construção do legado dos homens de sua vida, o marido, Luiz Carlos Barreto, e os filhos, Bruno e Fábio Barreto (1957-2019).

Ao lado de seu marido, é responsável por uma lista de dezenas de títulos produzidos. Em 1982, produziu a estreia do filho Fábio na realização com o longa “Índia, a Filha do Sol”, fato que se repetiu também nos seus outros títulos: “O Rei do Rio” (1985), “Luzia Homem” (1987), “Bela Donna” (1998) e A Paixão de Jacobina” (2002).

Para Bruno, assinou a produção de “Além da Paixão” (1985), “Romance da Empregada” (1987), “Bossa Nova” (2000) e o também indicado ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro “O Que é Isso, Companheiro?” (1997).

 

Lucy ressalta a ligação de Gramado com sua trajetória profissional: “É com minha alegria e gratidão que aceito essa homenagem. Gramado faz parte da minha vida e da história da empresa que construí ao lado de Luiz Carlos e que completa seis décadas este ano”, diz.

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