Festival de Cinema de Gramado 2024: vencedores

“Oeste Outra Vez”, de Érico Rassi, foi escolhido como o melhor longa-metragem brasileiro da edição. “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge, também brilhou, conquistando cinco Kikitos
OS FILMES MAIS ESPERADOS DE 2019 3 1 OS FILMES MAIS ESPERADOS DE 2019 3 2

O western brasileiro “Oeste Outra Vez”, do realizador Erico Rassi, foi eleito como o melhor longa-metragem brasileiro do 52.º Festival de Gramado.

A cerimónia de entrega de prémios teve lugar na noite deste sábado (17), no tradicional Palácio dos Festivais. “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge, também se destacou, arrecadando os Kikitos de melhor filme do júri popular, melhor actor, melhor argumento, melhor direcção artística e melhor banda sonora. A noite ainda premiou as melhores produções nas mostras de documentários nacionais e de curtas-metragens brasileiros.

Oeste Outra Vez

O filme de Rassi, que explora a vulnerabilidade de homens duros deixados pelas mulheres que amam no sertão de Goiás, conquistou, além do prémio principal da noite, os Kikitos de melhor actor secundário para o estreante em longas-metragens Rodger Rogério e de melhor fotografia para André Carvalheira.

“Oeste (Outra Vez) é um filme de Goiás, e acho que é um exemplo de resistência do cinema individual, do cinema independente. É importante dizer que, para que o cinema fora do eixo, o cinema do Centro-Oeste, o cinema tão disperso do Brasil continue a acontecer, precisamos de políticas públicas, precisamos que o dinheiro, os recursos cheguem para que os profissionais possam mostrar o seu talento e contar as suas histórias. Muito obrigada, é uma emoção profunda estar a receber este prémio”, afirmou a produtora Cristiane Miotto.

Oeste Outra Vez 3
“Oeste Outra Vez” (2024), de Erico Rassi – Divulgação

Estômago 2: O Poderoso Chef

O longa-metragem de Marcos Jorge decorre 16 anos após os acontecimentos do primeiro título, “Estômago”, e acompanha Nonato (João Miguel), que possui um talento inigualável para a culinária e conquistou os poderosos na hierarquia da prisão. Nonato cozinha para o diretor, para o líder dos prisioneiros, Etecétera (Paulo Miklos), e para os carcereiros, com requintes de alta gastronomia. No entanto, a chegada de um famoso mafioso italiano (Nicola Siri) vai abalar as estruturas e colocar o chef no epicentro de uma feroz disputa de poder.

Pelo longa, o italiano Nicola Siri, que recebeu o Kikito de melhor actor, prémio partilhado com o seu colega João Miguel.

“João, este prémio é para ambos! Prémios individuais no cinema não são verdadeiramente individuais; são prémios do cinema, de cada filme que está aqui. É maravilhoso ver todos vocês aqui. É fundamental continuar a investir e a fazer cinema, viva a arte, viva a cultura”, celebrou Siri.

No seu discurso durante a cerimónia de prémios, Jorge destacou:

“Procuro entreter com inteligência. Procuro entreter e fazer as pessoas refletirem. É lindo saber que o filme ganhou prémios em várias categorias, incluindo argumento e o prémio do júri popular. Devemos agradecer a muitas pessoas que fizeram este filme acontecer. Foi uma produção muito difícil, uma produção internacional. Enfrentámos desafios que todos na indústria enfrentam, neste caso um pouco duplicados. A equipa do filme é muito grande. Muito obrigada a todos vocês por nos terem prestigiado e, a 29 de agosto, prestigiem o cinema brasileiro com a estreia de ‘Estômago 2’.”

Outros vencedores

“O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert, recebeu o prémio especial do júri pelo conjunto do elenco, que trouxe para Gramado a discussão sobre estereótipos de género.

O norte-rio-grandense “Filhos do Mangue”, de Eliane Caffé, arrecadou os prémios de melhor realização e melhor actriz secundária, enquanto “Barba Ensopada de Sangue”, de Aly Muritiba, foi distinguido com o prémio de melhor montagem. “Pasárgada”, a estreia de Dira Paes na realização, conquistou o Kikito de melhor desenho de som.

Ao receber o Kikito de melhor actriz por “Cidade; campo”, de Juliana Rojas, Fernanda Viana celebrou o prémio agradecendo ao festival e aos colegas de trabalho do cinema: “Queria agradecer muito ao Festival de Gramado pela resiliência e dizer que estou muito feliz e orgulhosa de estar aqui ao lado dos meus colegas de trabalho, de cena e de cinema, porque realmente acredito que fazemos parte do grupo que vai mudar este mundo. Viva o cinema!”.

Melhor curta e melhor documentário

O curta-metragem gaúcho “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta, foi eleito o melhor filme da sua categoria. A produção também conquistou os prémios de melhor montagem e melhor fotografia. O filme já havia sido premiado entre os curtas gaúchos com os títulos de melhor produção e melhor filme segundo a crítica.

Por sua vez, “Clarice Niskier: Teatro dos Pés à Cabeça”, de Renata Paschoal, foi eleito o melhor filme documental.

A noite especial do audiovisual brasileiro também prestou uma homenagem ao apresentador Silvio Santos, com o público de pé aplaudindo-o. O apresentador faleceu na data de encerramento do festival, em decorrência de broncopneumonia após infecção por Influenza.


Vencedores da 52ª. edição do Festival de Cinema de Gramado

 

Longas-metragens Brasileiros

Melhor filme: ‘Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi

Melhor realização: Eliane Caffé, por “Filhos do Mangue”

Melhor ator: João Miguel e Nicola Siri, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor atriz: Fernanda Vianna, por “Cidade; Campo”

Melhor argumento: Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor fotografia: André Carvalheira, por “Oeste Outra Vez”

Melhor montagem: Karen Akerman, por “Barba Ensopada de Sangue”

Melhor actor secundário: Rodger Rogério, por “Oeste Outra Vez”

Melhor actriz secundária: Genilda Maria, por “Filhos do Mangue”

Melhor direção de arte: Fabíola Bonofiglio e Massimo Santomarco, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor banda sonora: Giovanni Venosta, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor desenho de som: Beto Ferraz, por “Pasárgada”

Prémio especial do júri: “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert

Júri popular: “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge

 

Curtas-metragens Brasileiros

Melhor filme: “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta

Melhor realização: Lucas Abrahão, por “Maputo”

Melhor argumento: Adriel Nizer, por “A Casa Amarela”

Melhor ator: Wilson Rabelo, por “Ponto e Vírgula”

Melhor atriz: Edvana Carvalho, por “Fenda”

Melhor banda sonora: Liniker, por “Ponto e Vírgula”

Melhor fotografia: Livia Pasqual, por “Pastrana”

Melhor montagem: Bruno Carboni, por “Pastrana”

Melhor direção de arte: Coh Amaral , por “Maputo”

Melhor desenho de som: Felippe Mussel, por “A Menina e o Pote”

Prémio especial do júri: “Ponto e Vírgula”, de Thiago Kistenmacher

Júri popular: “Ana Cecília”, de Julia Regis

 

Prêmio Canal Brasil de Curtas

“Maputo”, de Lucas Abrahão

Menção honrosa

“Ressaca”, de Pedro Estrada

“Via Sacra”, de João Campos

“Navio”, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real

“Maputo”, de Lucas Abrahão

 

Júri da crítica

Melhor filme de Curta-Metragem Brasileiro: “Fenda”, de Lis Paim

Melhor filme de Longa-Metragem Brasileiro: “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas

 

Longas-metragens Documentais

Melhor filme: “Clarice Niskier: Teatro dos pés à Cabeça”, de Renata Paschoal

 

VII Mostra de Filmes Universitários

Prémio Edina Fujii – Cia Rio: “A Falta que Me Traz”, de Laura Zimmer Helfer e Luís Alexandre, da Universidade de Santa Cruz do Sul

 

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