Festival Play, o único festival de Lisboa dedicado em exclusivo ao público infantojuvenil, apresenta mais de 130 filmes, oriundos de 33 países, um cine-concerto de The Legendary Tigerman, conversas e ateliês.
O Festival Play regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, de 24 de fevereiro a 3 de março com filmes, música, conversas e ateliês, sessões especiais para o público escolar durante a semana e sessões dedicadas às famílias nos fins-de-semana. O Play programa, ao longo de 9 dias, uma seleção de 130 filmes, nos formatos de curta e longa-metragem, em animação e imagem real, para que crianças e adolescentes tenham acesso ao melhor cinema que se faz atualmente um pouco por todo o mundo.
O filme de abertura desta 11ª edição, é “Yuku e a flor dos Himalaias”, uma obra de animação franco-belga realizado por Remi Durin, sobre uma ratinha que vai procurar nas montanhas mais altas da Terra a planta que irradia luz eterna para oferecer à sua avó.
Ao longo dos anos, o festival tem selecionado filmes com o objetivo de convidar os mais novos a refletir sobre o mundo e/ou a descobrir algo mais sobre a sua realidade, muitos deles têm sido premiados em festivais um pouco por todo o mundo. Prova disso mesmo, é a secção de curtas que se encontra a competir para o Prémio PLAY Melhor Curta-Metragem organizada em sessões dos 3 aos 5 anos, dos 6 aos 9 anos, dos 10 aos 13 anos e + de 13 anos, e que este ano é marcada por uma forte presença portuguesa.
Destacam-se “Filme Feliz :)” de Duarte Coimbra, “A rapariga de olhos grandes e o rapaz de pernas compridas”, de Maria Hespanhol, “A Onda Maria”, de Lígia Resende, “Monte Clérigo”, de Luís Campos ou “Ana Morphose”, de João Rodrigues, e que se juntam a obras internacionais oriundas de 33 países de todos os continentes, como a curta documental “Oasis”, realizada pelo canadiano Jonatas Rubert, que está na shortlist da 96.ª edição dos Óscares, ou “Dancing Queen”, de Aurora Gossé, que teve a sua estreia na Berlinale 2023 e ganhou imensos prémios no circuito de festivais infantis.
No Play também há espaço para a exibição de longas-metragens, entre elas “Mighty Afrin: In the time of Flood”, que conta uma história épica de resiliência e sobrevivência de uma rapariga em plena adolescência, que move mundos lutando contra as cheias que inundam a sua casa no Bangladesh. O realizador Angelos Rallis acompanhou esta rapariga durante 5 anos e testemunhou a incrível criatividade de Afrin, o seu sentido de humor e determinação heróica face à maior ameaça existencial da humanidade.
O festival programa ainda várias sessões de 15 minutos para bebés e para os seus pais, que prometem encantar os mais pequenos espectadores, através do som, da música e de fortes imagens coloridas.
Um dos momentos mais altos e mais acarinhados pelo público, edição após edição, é o cine-concerto. Este ano The Legendary Tiger Man é o convidado do festival, para, no dia 2 de março, musicar ao vivo duas curtas-metragens do ator e realizador norte-americano Charley Bowers (1977-1946).
A realizadora Lucie Sunková é convidada desta 11ª edição para apresentar uma sessão composta pelos seus filmes e conversar com o público português e ainda desenvolver um ateliê de animação destinado a crianças com mais de 6 anos. No ano passado, o Play programou uma curta-metragem desta realizadora checa, intitulada “Suzi no Jardim”, que cativou o público pela sua técnica de animação de tinta a óleo sobre vidro.
Durante esta 11.ª edição vão ainda realizar-se outros ateliers para crianças e famílias, como o atelier de dobragens, que se destina a crianças dos 4 aos 13 anos, ou o atelier de construção de jogos óticos realizado em parceria com a Cinemateca Júnior.
O festival dedica um dia ao encontro com profissionais onde procuramos incentivar a produção de cinema para as mais jovens audiências e concretiza também a segunda edição do Concurso Laboratório, um apoio à escrita de projetos audiovisuais para o público infantil. Os projetos finalistas terão de defender a sua ideia numa sessão de pitching perante um júri de especialistas.
Para celebrar os 50 anos do 25 Abril, nesta edição são excertos de poemas que dão nome às sessões e relembram que a liberdade se constrói em conjunto. A cine-poesia traz não um poeta, à semelhança dos anos anteriores, mas um conjunto de poetas, daqueles que fizeram Abril. E para sentirmos a mudança que o 25 Abril nos trouxe, o festival apresenta uma cine-performance na Cinemateca Júnior intitulada “Bom dia Professora”, com a atriz Leonor Cabral que, através de excertos de filmes, nos conta como era a escola antes da revolução.
A ilustração do cartaz de 2024 é da autoria de Rachel Caiano, artista plástica e ilustradora, com formação em artes do palco, que tem vindo a desenvolver projetos nas áreas da pintura, cenografia e ilustração e que venceu o Prémio Autores da SPA 2016, Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância 2014, além de ter sido finalista do Prémio Autores – Melhor Livro de Literatura Infantojuvenil 2013, da SPA.
O Play assume-se cada vez mais como um festival totalmente dedicado aos mais novos que pretende ser um território de discussão no espaço do cinema e da pedagogia, de enriquecimento cultural, destinado a um público específico, permitindo um diálogo fecundo entre iniciativas internacionais e portuguesas no campo do cinema.