“Gato Fantasma Anzu” estreia a 16 de Outubro nos cinemas portugueses

"Gato Fantasma Anzu", de Yôko Kuno e Nobuhiro Yamashita "Gato Fantasma Anzu", de Yôko Kuno e Nobuhiro Yamashita

“Gato Fantasma Anzu”, de Yôko Kuno e Nobuhiro Yamashita, estreia nas salas de cinema portuguesas no próximo dia 16 de Outubro. Um filme que marcou presença em importantes festivais nomeadamente na Quinzena dos Cineastas de Cannes, em 2024.

Uma história que oscila entre a tragédia e a comédia, iniciada pelo simples desejo de uma jovem rapariga voltar a ver a sua falecida mãe. Um filme que marcou presença no Festival de Annecy, em 2024, e teve antestreia nacional no Indie Júnior Porto. Um filme a não perder para os fãs de animação japonesa e do trabalho desenvolvido pelos estúdios Ghibli.

“Gato Fantasma Anzu” segue as aventuras de um duo improvável. Karin, uma menina de 11 anos, é deixada pelo pai ao cuidado do avô, um monge que vive numa pequena vila povoada por espíritos. Anzu, um gato fantasma gigante, depressa se vê em mãos com a tarefa de cuidar da pequena Karin.

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Ele é jovial e cooperante, mas caprichoso; ela está revoltada com o seu destino e o que mais quer é rever a mãe, que morreu. E, assim, estas duas personalidades colidem e faíscas voam, mas depressa se tornam inseparáveis e embarcam numa aventura surreal e comovente que os vai levar ao Inferno na tentativa de voltar a reunir mãe e filha.

A produção do filme foi feita a partir de filmagens de live action para criar a animação. A principal técnica utilizada é a rotoscopia. Sob a direção de Nobuhiro Yamashita, a equipa filmou o filme  acompanhada por um diretor de fotografia e engenheiros de som. As sequências de live action foram depois meticulosamente redesenhadas frame frame pela equipa de animação liderada por Yôko Kuno.

Yôko Kuno e Nobuhiro Yamashita referem: estamos convencidos de que personagens como Anzu e Karin, embora não convencionais, mas certamente reais, podem ganhar autenticidade através da animação mais do que num filme de live action. Estas personagens vivas passam por acontecimentos da vida, como encontros inesperados e separações inevitáveis, bem como por experiências firmemente enraizadas na realidade.

Ao animá-las, procurámos oferecer ao público uma experiência cinematográfica gratificante, combinando a doçura de um conto de fadas com um realismo mais avançado do que o do cinema tradicional live action.

A cineasta e animadora japonesa Yôko Kuno estudou na Tama Art University, onde realizou a sua curta de final de curso “Airy Me”, que venceu o prémio de Melhor Primeiro Filme de Animação no Japan Media Art Festival, e ainda o Student Campus Genius Prize e o SKIP City International D Cinema Prize, entre outros prémios.

Kuno trabalhou como animadora de rotoscopia para o filme “The Case of Hana and Alice” (2015), de Shunji Iwai. Depois de realizar o filme de abertura do programa Gara Piko Pu em Abril de 2016, foi designer de personagem para Shiriri, a personagem principal do filme “Alien Shiriri”, da popular série de filmes “Crayon Shin-Chan”.

No ano seguinte, assinou a animação de abertura e encerramento e ainda os desenhos originais da “Crayon Shin-Chan: Kung-Fu Boys Ramen Scrimmage”. A cineasta também criou a animação do último capítulo e realizou vários episódios da série “Houseki No Kuni” (“Age of Crystals, 2017).

O seu trabalho de rotoscopia trouxe-lhe reconhecimento internacional e o estatuto de uma das mais importantes figuras da animação contemporânea. Em 2024, estreou-se na realização de longas-metragens com a animação “Gato Fantasma Anzu”, que co-realizou com Nobuhiro Yamashita.

Nobuhiro Yamashita é um realizador japonês que começou por realizar filmes live action independentes na escola secundária e, em 1995, entrou no departamento de cinema da Osaka University of Art, numa altura em que as atenções se viravam para uma nova vaga de cineastas criativos e com um novo ímpeto no cinema japonês. Foi ali que conheceu Kôsuk e Mukai, um argumentista com quem viria a trabalhar ao longo da sua carreira, na tradição do cinema japonês.

A sua primeira longa-metragem, “Hazy Life” (1999), é uma crónica de juventude numa pequena província na região de Osaka e, ao mesmo tempo, uma comédia cáustica. Selecionado para o Festival de Roterdão, o filme trouxe-lhe reconhecimento junto dos compatriotas japoneses e do público internacional. Produzido por ele próprio, “Hazy Life” valeu-lhe o Grande Prémio no Festival Yubari International Fantastic Film Festival.

No início da sua carreira foi muitas vezes comparado a cineastas como Aki Kaurismäki ou Jim Jarmusch, devido ao seu fascínio pelo retrato de jovens outsiders.

O primeiro filme 35mm que rodou, “Linda Linda Linda” (2005), sobre um grupo de raparigas adolescentes, foi um sucesso comercial. No entanto, e apesar dos constrangimentos e pressões da indústria, Yamashita continuou a experimentar formatos e não abandonou o que faz dele um autor singular.

“Tennen-Koke-Cokko” (2007) venceu o 62nd Mainichi FilmPrize, um dos mais importantes prémios japoneses. Nos anos mais recentes, realizou filmes como “My Back Page” (2011) com Hiroshi Tsumabuki e Kenichi Matsuyama, “Kueki-Ressha” (2012), e “Moratorium Tamako” (2013), que foi selecionado para o Busan International Film Festival. Juntam-se “La La La at Rock Bottom” (2015), com Subaru Shibuya e Fumi Nikaido que lhe valeu Golden Sun no Festival 10th Kinotayo.

Em 2024, co-realizou com Yôko Kuno “Gato Fantasma Anzu”, tendo para esta sido a sua estreia em longas-metragens de animação.

“Gato Fantasma Anzu” estreia nas salas de cinema portuguesas com distribuição No Comboio.