Bob Iger, presidente da Walt Disney Company, criticou as redes sociais na internet como “a ferramenta de marketing mais poderosa com que um extremista algum dia poderia ter sonhado“. A declaração foi feita no momento em que recebeu um prémio humanitário e fez um discurso a criticar as empresas donas das principais redes sociais do mundo — com o Facebook à cabeça — por não fazerem mais para controlar a disseminação do discurso de ódio nesses fóruns.
Para Bob Iger, ao mesmo tempo que “criam um falso sentido de que toda a gente tem as mesmas opiniões”, as redes sociais são desenhadas de forma a amplificar “os nossos receios mais profundos”, constantemente “validando as nossas convicções”. Desta forma, “as redes sociais permitem que o mal seja como um predador de mentes perturbadas e almas perdidas, sabendo-se que os conteúdos que se disseminam nas ‘cronologias’ contêm mais ficções do que factos, propagando ideologias vis que não têm qualquer lugar numa sociedade que atribui valor à vida humana”.
Mais especificamente sobre a cultura nos tempos de hoje, Bob Iger lamentou que “o ódio e a raiva estão a arrastar-nos em direção ao abismo, uma vez mais”. O “ódio está a consumir o nosso discurso público e a moldar o nosso país e a nossa cultura, que se tornou completamente irreconhecível para aqueles de nós que ainda acreditam na civilidade, nos direitos humanos e na decência básica”, acrescentou.