Numa entrevista recente à Variety Studio, durante o Festival de Cinema de Sundance, a atriz e realizadora Jodie Foster elogiou o sucesso de “Barbie”, de Greta Gerwig, que registou 1,4 mil milhões de dólares de receitas em todo o mundo, o que prova que Hollywood não vê mais as mulheres realizadoras como um risco muito grande, esperando que os grandes estúdios continuem a investir “todo o seu dinheiro para apoiar” a visão das realizadoras.
“Tive a beleza de poder estar neste ramo desde os anos 60, 70, 80, 90 e assim por diante”, disse Foster à Variety. “A progressão ou melhoria do nosso público traduz-se numa espécie de novo pensamento sobre quem são as nossas vozes marginalizadas. Antigamente, eles viam as mulheres como um risco. Não sei por que nos viam como um risco – somos 50% da população! Esse pensamento mudou agora. Com um grande sucesso como ‘Barbie’, deram a Greta Gerwig, que tinha feito dois filmes maioritariamente independentes, deram-lhe as chaves do reino e disseram: ‘Vamos dar-te o nosso filho mais importante’ e todo o dinheiro para apoiar isso. Isso é novo para as mulheres. Espero que isso continue.”
Jodie Foster, realizadora de “Fim-de-Semana em Família” (1995) e “O Castor” (2011), elogia “Barbie” por permitir quebrar barreiras e papéis de género em Hollywood, quer na interpretação como na realização. A realizadora aguarda pacientemente por um futuro mais inclusivo, pois “quando se trata de mudança em Hollywood é preciso ser-se paciente, mesmo que seja difícil.”
A mudança pela igualdade tem sido gradual, no entanto, um estudo divulgado em janeiro deste ano revelava que os grandes estúdios de Hollywood não estão a combater a desigualdade de género, apesar das muitas promessas e de, em 2023, o filme de Greta Gerwig, ter sido o filme mais visto do ano e de ter batido vários recordes de bilheteira em todo o mundo.
Tal como avançou a revista Variety, “as realizadoras não estão a ter as mesmas oportunidades em Hollywood que os seus homólogos masculinos. Ao mesmo tempo, os grandes estúdios, que se comprometeram a reexaminar as suas práticas laborais após o assassinato de George Floyd, não conseguem produzir muitos filmes de pessoas racializadas”.
Foster está no Festival de Sundance como produtora executiva da curta-metragem “Alok”, a segunda realizada por Alexandra Hedison (esposa de Jodie Foster). O filme, que estreou agora no festival, é segundo a organização um “retrato íntimo do autor, poeta, comediante e orador Alok Vaid-Menon”.