25 de Abril

Jurados de Sundance abandonam visionamento de “Magazine Dreams” por falta de legendagem para surdos

©Sundance Film Institute ©Sundance Film Institute

Os membros do júri da competição dramática no Festival de Cinema de Sundance, abandonaram o visionamento do filme “Magazine Dreams” nesta sexta feira por falta de legendagem adaptada aos surdos e pessoas portadoras de outras deficiências auditivas, espetro no qual se inclui a jurada Marlee Matlin.

Os membros do júri,  Jeremy O. Harris e Eliza Hittman solidarizaram-se com Matlin e decidiram em conjunto abandonar a estreia do filme depois de um dispositivo de legendagem providenciado a Matlin não ter funcionado.

A equipa de “Magazine Dreams” recusou-se, desde o início, a ter acessíveis legendas aplicadas no filme e apesar de o festival ter tentado contornar este facto com o dispositivo anteriormente mencionado, aquele acabou por não funcionar e os jurados abandonado a sala com a exibição do filme atrasada em 45 minutos.

Horas mais tarde, o dispositivo seria reparado, mas deixou a descoberto a limitada capacidade da organização do Festival em tornar os visionamentos acessíveis a todos. Os jurados ainda mantêm a sua intenção em ver o filme como um grupo antes do encerramento do festival.

Ao anteriormente mencionado, acresce ainda o facto de muitas equipas, nomeadamente os seus realizadores, recusarem a inclusão de legendas nos seus filmes por encarecerem as suas produções. Muitos alegam mesmo que até a inclusão de legendas temporárias pode trazer custos acrescidos na compra dos filmes pelas distribuidoras.

A organização de Sundance admitiu a falha, apesar de fazer notar que tem envidado esforços para tornar mais acessível um festival que se quer inclusivo e celebra o cinema independente, mas que se trata de um trabalho progressivo e nem sempre perfeito ou suficiente.

Este ano, por exemplo, foram incluídos dois intérpretes de Língua Gestual para acompanhar os membros da liderança do festival e os realizadores em palco para as declarações de abertura e sessões de perguntas e respostas após os visionamento.

Em 2020, o festival assegurou que o corealizador de Crip Camp: Uma Revolução na Inclusão,  James Lebrecht, que se locomove em cadeira de rodas, pudesse aceder a todos os grandes eventos do festival, incluindo a estreia do filme.

Skip to content