“Légua”, de Filipa Reis e João Miller Guerra, estreia em junho nos cinemas

Légua, filme realizado por Filipa Reis e João Miller Guerra, dia 29 de Junho nas salas portuguesas Légua, filme realizado por Filipa Reis e João Miller Guerra, dia 29 de Junho nas salas portuguesas

Depois da boa recepção na 55.ª Quinzaine des Cinéastes do Festival de Cannes, “Légua”, filme realizado por Filipa Reis e João Miller Guerra, estreia dia 29 de junho, nas salas portuguesas.

Produzido pela Uma Pedra no Sapato, em co-produção com Laranja Azul (Portugal), KG Productions (França) e Stayblack Productions (Itália), “Légua” é o novo filme realizado por esta dupla depois de “Djon África” (2018).

Filmado durante cerca de um ano, ao longo das quatro estações, a acção do filme decorre numa antiga casa senhorial situada em Légua, uma pequena aldeia no Norte de Portugal, no concelho de Marco de Canaveses. Ali, Ana ajuda a sua amiga Emília, a velha governanta determinada em cuidar do casarão desocupado pelos donos que nunca lá vão. Acompanhando a mudança das estações, Mónica, filha de Ana, desafia as escolhas da sua mãe e estas três gerações de mulheres procuram compreender o seu lugar num mundo que se desvanece, onde o ciclo da vida apenas se renova a partir de finais inevitáveis.

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O filme conta com Carla Maciel, Fátima Soares e Vitória Nogueira da Silva nos papéis principais, e ainda com a participação de Sara Machado, Paulo Calatré, e Manuel Mozos.

Em entrevista aos realizadores, sobre as suas motivações para a criação deste filme, João Miller Guerra, que frequentava a pequena aldeia com a sua família durante os verões,  explica que: “Já adulto comecei a reflectir sobre o significado desta casa senhorial, da vida das pessoas que por ela passaram, as estruturas sociais e económicas que a sustentaram e as relações humanas que nela foram sendo construídas. Esta reflexão aprofundou-se com as conversas que tive com a Filipa, quando ela começou também a frequentar este lugar. A pessoa em quem nos inspirámos para escrevera personagem da Emília é alguém que me conhece desde que nasci. E quem nos inspirou para escrever a personagem da Ana é praticamente da minha idade e também trabalhava na casa, como reforço, sempre que nós lá íamos.”

Já para Filipa Reis, o que a motivou mais foi naquele lugar foram “as mulheres que o habitavam e gravitavam à sua volta. De como as vidas, os sonhos e ambições estavam a mudar com as gerações. As personagens foram surgindo e a elas e às suas vidas, fomos também associando os ciclos agrícolas e a regeneração da natureza. Uma mulher católica, celibatária, em contraste com uma segunda geração de uma mulher mais empoderada e dedicada à família, à casa e ao campo, e uma filha que já não se sente dali, com uma vida completamente diferente da sua origem”.