MDOC 2024: Documentário iraniano “My Stolen Planet” é o grande vencedor

O filme palestiniano “No Other Land” e o português “Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas”, de Tânia Dinis, são alguns dos premiados desta 10.ª edição do MDOC.
"My Stolen Planet" (2024), de Farahnaz Sharifi "My Stolen Planet" (2024), de Farahnaz Sharifi
"My Stolen Planet" (2024), de Farahnaz Sharifi. Sinopse: "Farah, uma mulher iraniana, é forçada a migrar para o seu planeta privado para conseguir ser livre. Ela compra as memórias de outras pessoas em forma de filmes super 8mm e grava e arquiva as suas próprias, para criar uma história alternativa do Irão."

O prémio Jean-Loup Passek para Melhor documentário internacional foi atribuído a “My Stolen Planet”, da realizadora iraniana Farahnaz Sharifi, documentário em que a própria resgata memórias que são parte da sua história pessoal. Os vencedores da 10.ª edição do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço foram atribuídos no passado domingo.

“Forçada a migrar para o seu planeta privado para conseguir ser livre, Sharifi compra as memórias de outras pessoas em forma de filmes super 8mm, grava e arquiva as suas próprias narrativas, para criar uma história alternativa do Irão e do seu regime opressivo.”

Nesta categoria, o documentário filmado na comunidade de Masafer Yatta destruída pela ocupação israelita – “No Other Land”, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham, Rachel Szor – mereceu Menção especial. Estreado no Festival de Berlim 2024, o filme palestiniano venceu ainda o Prémio D. Quixote (da IFFS – Federação Internacional de Cineclubes atribuído em Festivais de Cinema selecionados) para Melhor Longa-Metragem Internacional.

“Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas”, de Tânia Dinis, conquistou o prémio de Melhor documentário português. O filme combina o tratamento ficcional e documental, parte do arquivo fotográfico e de imagens reais e do testemunho oral de várias mulheres, provenientes das regiões de Trás-os-Montes, Beira, Alto e Baixo Minho que, entre os anos 40 e 70, foram para a cidade do Porto trabalhar como criadas de servir.

“A Savana e a Montanha”, a terceira longa-metragem de Paulo Carneiro, que teve estreia nacional no MDOC, leva a Menção especial. O filme esteve na Quinzena dos Cineastas, mostra paralela do Festival de Cannes 2024 e retrata a luta dos habitantes de Covas de Barroso (concelho de Boticas) contra uma multinacional britânica – Savannah Ressources – que pretende construir a maior mina de lítio a céu aberto.

MDOC 2024: Vencedores

Prémio Jean-Loup Passek, para Melhor Longa-Metragem Internacional
My Stolen Planet, de Farahnaz Sharifi

Menção Especial
No Other Land, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham, Rachel Szor

Prémio Jean-Loup Passek, para Melhor Curta ou Média-Metragem Internacional
Les Chenilles, de Michelle Keserwany, Noel Keserwany

Menção Especial
Percebes, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves

Prémio D. Quixote da IFFS, para Melhor Longa-Metragem Internacional
No Other Land, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham, Rachel Szor

Prémio D. Quixote da IFFS, para Melhor curta ou media-metragem
A Beautiful Day, de Stefano Obino

Prémio Jean-Loup Passek, para Melhor Documentário Português
Tão Pequeninas, Tinham o Ar de serem já Crescidas, de Tânia Dinis

Menção Especial
A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro

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