Todo mundo tende a ter um feriado favorito, seja algo que celebrem religiosamente ou um evento que gostem simplesmente porque é divertido participar. Nessa perspectiva, um dos feriados mais celebrados e aguardados no mundo seja o Natal.
Sendo direto, é fácil ser atraído pelo espírito natalino com todas as músicas e filmes, as festividades, os presentes, o Pai Natal, as reuniões familiares e o clima amistoso que a data traz consigo. Desse ponto de vista, achamos que uma das melhores maneiras de entrar no clima da festa mais aguardada do ano, seja através do Cinema.
São centenas os filmes sobre o Natal ou passados durante o Natal. O cinema sempre tentou passar esse espirito natalício, mas nem sempre o conseguiu. São poucos os filmes que vivem realmente o espirito, a alma e a alegria do Natal, dando sempre uma lição de moral, sendo que alguns desses são hoje considerados clássicos do cinema.
Como tal, nossa equipa traz algumas indicações do género filmes natalícios:
Tiago Resende indica “Do Céu Caiu uma Estrela” (1946), de Frank Capra
“Este é talvez o melhor filme de Frank Capra, o melhor exemplo do cinema sentimental de Capra. Baseado na história “The Greatest Gift” de Philip Van Doren Stern, Capra conseguiu transmitir de forma simples e eficaz uma mensagem universal, de como um homem normal consegue transformar a vida dos que o rodeiam. Acompanhamos a vida de George Bailey (James Stewart), desde a sua infância, de um homem que tenta ajudar todos, nunca ajudando-se a si próprio. Por causa disso perdeu muitas oportunidades na vida, mas uma coisa é certa, em compensação a vida deu-lhe algo muito valioso, Amigos! No final do filme, Bailey irá perceber isso. O filme passa-se todo nesta pequena cidade e consegue que o público se afeiçoe a estas personagens “mágicas” e fascinantes. É um filme com boas interpretações, desde o elenco secundário ao principal e de grandes emoções. Ninguém ficará indiferente depois de ver esta obra magistral do cinema americano do pós-guerra. Nomeado para 5 Óscares (Melhor Ator, Melhor Realizador, Melhor Montagem, Melhor Imagem e Melhor Som) este será para sempre o clássico natalício, um filme de culto. Frank Capra nunca mais fez um filme assim”.
Maria Inês Gomes indica “Gremlins – O Pequeno Monstro” (1984), de Joe Dante.
“As crianças da década de oitenta vão certamente reconhecer-se na nostalgia do filme “Gremlins, o Pequeno Monstro”. Realizado por Joe Dante, em 1984, o filme mistura o terror da figura Gremlin, a anti-figura moral do bicho de estimação Gizmo, com uma pitada de comédia e fantasia. Estão reunidos os ingredientes ideais para uma história repleta da magia do Natal, e com a minha escolha renovo os votos de um bom serão passado a assistir cinema”.
Cátia Santos indica “Sozinho em Casa” (1990), de Chris Columbus
“Este filme ficou sempre associado àquilo que representa o Natal, para mim, pelo seu puro objetivo de entretenimento. Se, por um lado, mostra uma típica família norte-americana, que vive bem, vai passar o Natal em Paris, e representa todos os deleites do chamado sonho americano, por outro lado mostra o quão importante é a família. Com o Kevin tendo ficado inadvertidamente para trás, aquele Natal não teve nada de prazeroso para os McCallister porque o mais importante não estava completo: a família. Está cheio de atores criativos, de ideias rocambolescas, mas, ao mesmo tempo, mostra como as crianças têm tantos recursos escondidos que vivem, precisamente, nas suas enormes imaginações”.
Vanderlei Tenório indica “Natal Radical” (2004), de Joe Roth.
“Reconheço que “Natal Radical” de Joe Roth está longe de ser um clássico natalino. Entretanto, é um bom filme para curtir o clima natalício. Estrelado por Tim Allen e Jamie Lee Curtis, o filme gira em torno do casal Luther e Nora Krank, cuja filha Blair partiu para o Peru com o Peace Corps e passará seu primeiro Natal longe de casa. Nessa perspectiva, Luther que é contabilista resolve calcular quanto eles gastaram no último Natal, nisso ele descobre que pela metade desse preço ele pode fazer um cruzeiro de 10 dias pelo Caribe com sua esposa. Então, eles decidem pular o Natal. Tal decisão não é bem recebida pela vizinhança, o que resulta em uma série inacreditável de eventos que beiraram ao absurdo. Parafraseando Isabela Boscov, não é um filme inovador e nem revolucionário, mas dá para assistir tranquilamente, principalmente pelo desempenho excepcional de Allen e Lee Curtis, a dupla consegue tornar plausível e crível a proposta do argumento adaptado de Chris Columbus“.
Cláudio Azevedo indica “Eduardo Mãos de Tesoura” (1990), de Tim Burton
“Existem filmes de Natal e filmes no Natal. Quanto aos primeiros, proliferam e pululam na época natalícia com a mesma intensidade que as luzes, músicas, árvores, pais natal, presépios e papel de embrulho; são apenas mais um elemento dentro dessa paisagem cintilante e fetichista, que nos anima o desejo de consumo. Já os segundos são filmes que precisam de reanimar uma emoção especial, que associamos a esta altura do ano. Nesse ínterim, “Eduardo Mãos de Tesouro” é, para mim, esse filme. Curiosamente, este filme também conta a história de um homem sozinho em casa; mas em vez de vermos uma criança engenhosa que cria armadilhas para afugentar os ladrões, vemos Eduardo, um ser sem engenho, bondoso e inocente, que acaba por cair nas armadinhas da mesquinhez humana, primitiva e quotidiana; um idiota – se pensarmos em Dostoievski -: uma mistura de Jesus Cristo e Dom Quixote. Só uma personagem como Eduardo tem o poder de mostrar, enquanto não é engolido pela sociedade, como a beleza poderá salvar o mundo. Essa é a “Boa Nova”: vislumbrar, no meio de tanta maldade vestida por luzes cintilantes, a bondade de Cristo ressuscitada”.
Mariana Azevedo indica “Die Hard – Assalto ao Arranha-Céus” (1988), de John McTiernan.
“Ano após ano, essa pergunta completamente dispensável é feita: “Die Hard” é um filme de Natal? A resposta é, claro, sim. No longa realizado por John McTiernan, Bruce Willis é John McClane, um policial de Nova York que viajou para Los Angeles para passar o Natal com sua ex-esposa. Quando John visita a festa anual de Natal em Nakatomi Plaza, um grupo terrorista ataca e, de repente, John é o único que pode salvar o dia – Não preciso nem dizer que “Die Hard” é um clássico do género ação, e destaca-se junto com outro clássico dos anos 80: “Arma Mortífera” (1987), de Richard Donner, como um dos melhores filmes de ação ambientados na época natalícia”.