Dariush Mehrjui, um dos grandes expoentes do Cinema Novo Iraniano, foi morto a facadas na noite de sábado (14), junto com sua esposa, Vahideh Mohammadifar. O crime ocorreu na residência do casal em Meshkin Dasht, província de Alborz, Irão. A morte foi anunciada pela agência iraniana IRNA.
Em nota publicada pela agência de notícias oficial iraniana IRNA, Husein Fazeli-Harikandi, chefe da Justiça da província de Alborz, próxima a Teerã, afirmou que a investigação inicial constatou que Dariush Mehrjui e Vahideh Mohammadifar foram mortos com múltiplos golpes de faca no pescoço. Ele também observou que a investigação não encontrou nenhuma queixa de entrada ilegal na propriedade da família Mehrjoui ou roubo de seus bens.
Antes do trágico assassinato, Vahideh Mohammadifar, esposa do realizador, relatou em entrevista ao jornal Etemad que havia sido ameaçada e que sua casa havia sido roubada recentemente.
Mehrjui marcou o cinema iraniano ao lançar, em 1969, “A Vaca”, um dos destaques do movimento que renovou os filmes do país a partir da década de 1960.
Entre 1980 e 1985, o realizador viveu em França, onde realizou “Le Voyage au Pays de Rimbaud”. Ao regressar ao Irão, alcançou o sucesso nas bilheteiras com “Os Inquilinos”.
Em 1990, Mehrjui lançou “Hamoun”, uma comédia que se desenrola ao longo de 24 horas na vida de um intelectual iraniano. O personagem central, Hamoun, é atormentado pelo divórcio e pelas suas inquietações intelectuais. A trama se desenrola em um Irã marcado pela invasão de empresas tecnológicas como a Sony e a Toshiba, introduzindo uma dimensão social e cultural na narrativa.
Ao longo da década de 1990, Mehrjui dedicou-se também à representação do universo feminino. Entre esses retratos, destaca-se “Leila”, um melodrama que aborda a história de uma mulher estéril. Nesta narrativa, a protagonista, Leila, incentiva o marido a casar-se novamente.