Morreu esta segunda-feira (10 de maio) o ator, produtor e realizador Norman Lloyd, que trabalhou com Alfred Hitchcock, Charlie Chaplin, Orson Welles e outros grandes nomes do cinema, aos 106 anos, em Los Angeles.
Nascido a 8 de novembro de 1914, em Nova Jersey, o ator norte-americano teve uma carreira expressiva no cinema e na televisão ao longo de sete décadas.
A sua carreira enquanto ator remonta para os anos 1930, quando Norman Lloyd integrou o grupo de teatro de Orson Welles, tendo em 1937 participado na adaptação de “Júlio César” de Shakespeare na Broadway, intitulada de “César”. Ele foi inicialmente seleccionado para a primeira longa-metragem de Welles, “O Mundo a Seus Pés” e Lloyd chegou acompanhar o realizador no início, mas veio a desistir do projecto por falta de orçamento.
Assim, Lloyd viria a estrear-se como ator no cinema apenas em 1942, no thriller de guerra “Sabotagem”, realizado por Alfred Hitchcock. Lloyd voltaria a trabalhar com Hichcock três anos depois, em “A Casa Encantada” (1945).
Norman Lloyd trabalhou também ao lado de Buster Keaton e Charlie Chaplin em “Luzes da Ribalta” (1952), e com muitas outras gerações de estrelas que marcaram o cinema, como Jean Renoir, em “Semente de Ódio” (1945), e com Anthony Mann, Joseph Losey, Lewis Milestone, Jacques Tourneur, entre outros.
Um dos seus desempenhos mais conhecidos é o de Mr. Nolan, o diretor da universidade, em “O Clube dos Poetas Mortos” (1989), de Peter Weir, bem como de Letterblair em “A Idade da Inocência” (1993), de Martin Scorsese. Na televisão ficou conhecido pelo papel do gentil Dr. Daniel Auschlander na série “S.O.S. Urgências” (1982-1988). Foi também na televisão que Lloyd fez uma longa carreira, que começou em meados dos anos 1950 e que durou até 2010. Na década de 1950, durante o macarthismo, Norman Lloyd viu a sua carreira em risco ao ter entrado para a lista negra de Hollywood, acusado de ser simpatizante de comunistas.
Durante uma das famosas celebrações do aniversário de Lloyd, o ator Karl Malden disse: “Norman Lloyd é a história da nossa indústria”.
Para além do cinema e televisão o veterano ator fez também rádio e teatro. “Se a história do cinema moderno tem uma voz, é a de Norman Lloyd’s”, escreveu o crítico Kenneth Turan no Los Angeles Times em 2012.
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