O cineasta sul-coreano Kim Ki-duk morreu esta sexta-feira (11 de dezembro) na sequência de complicações relacionadas com a COVID-19, durante uma visita à Letônia. O realizador morreu de coronavírus num hospital na capital da Letônia, Riga, aos 59 anos de idade.
O realizador, nascido em 1960, encontrava-se na Letônia à cerca de um mês com a intenção de comprar uma casa e solicitar o estatuto de residência estrangeira. Kim Ki-duk encontrava-se também a preparar um novo filme.
“É uma pena que ele nunca tenha conseguido fazer isso, pois a história parecia intrigante, como todas as suas histórias eram. Tocou diferentes modelos de relacionamentos possíveis e quatro histórias separadas foram entrelaçadas em uma história”, descreveu Edith Sepp, CEO do Estonian Film Institute.
“Você pode gostar ou não do seu estilo de fazer filmes, mas ele não o deixou intocado”, acrescentou Sepp. “Mente perturbada talvez, mas como [uma] pessoa, quando o conhecemos brevemente no outono, ele era um criador fiel ao núcleo, um talento, especialmente quando descreveu o seu próximo filme, os olhos cheios de paixão. Na minha opinião, ele só queria fazer filmes na vida, nada mais.”
Kim Ki-duk é um dos mais importantes realizadores asiáticos no cinema contemporâneo, tendo sido premiado em festivais como Cannes, Berlim e Veneza. Em 2004 venceu o Urso de Prata de Melhor Realizador pelo filme “Samaritana” e no mesmo ano o Leão de Prata para a Melhor Realização pelo filme “Ferro 3”. Em 2012 venceu o Leão de Ouro por “Pieta” e em 2011 o prémio Un Certain Regard no Festival de Cannes pelo filme “Arirang”.
Com mais de 20 filmes realizados, destacam-se alguns dos mais belos dramas do cinema asiático, como “O Bordel do Lago” (2000), “Primavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera” (2003), “Ferro 3” (2004), “The Net” (2016) e o seu último filme “Dissolve” (2019).