Aos 89 anos, faleceu Nelson Pereira dos Santos, um dos percursores do Cinema Novo do Brasil, vítima de um tumor no fígado.
Com formação inicial de advogado, o realizador nasceu em São Paulo e trabalhou durante algum tempo como jornalista no Diário da Noite e no O Tempo. Estreou-se no cinema com “Rio 40 Graus”, um trabalho filmado na rua com cenários e falas reais que tem o calor como um dos principais protagonistas, para além de cinco vendedores de amendoim que narram as suas histórias. Para televisão, com parte da série filmada em Portugal, realizou “Casa Grande & Senzala” (1998), sobre a obra de Gilberto Freyre.
O cineasta ficou conhecido por filmes como “Vidas Secas” (1963), “Como Era Gostoso o Meu Francês” (1971), “O amuleto de Ogum” (1974), “Tenda dos milagres” (1977) e “Brasília 18%” (2006).
Venceu o prémio de carreira do Los Angeles Latino International Film Festival em 2002 e, seis anos mais tarde, o da Federação Internacional de Arquivos Fílmicos (FIAF).
Um dos seus últimos filmes foi o documentário “A música segundo Tom Jobim” (2012), que estreou em Portugal no Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira.
Em 2013, “Rio 40 Graus” foi exibido no DocLisboa, no ciclo Neorrealismo e Novos Realismos.
O realizador será recordado como uma das figuras mais ligadas à revolução que foi o Cinema Novo.