Faleceu este domingo (15 de abril), aos 88 anos, o realizador italiano Vittorio Taviani, segundo anunciou a sua família.
Vittorino Taviani nasceu a 20 de setembro de 1929 em San Miniato di Pisa, no centro da Toscana e, dois anos depois, nasceu o seu irmão Paolo Taviani com o qual, durante a sua longa carreira cinematográfica, atingiu o estatuto de verdadeiro “mestre” do cinema social italiano.
Os dois irmãos estudaram Direito na Universidade de Pisa, mas a paixão pelo cinema obrigou-os a abandonar os estudos para iniciar a criação de um conjunto de documentários de argumento social, que chegaram à televisão.
Em 1962 com o filme “Un uomo da bruciare”, vencedor do Prémio da Crítica no Festival de Veneza, deu-se a estreia dos irmãos na televisão, com um filme sobre a vida de Salvatore Carnevale, jornalista e ativista político, assassinado em 1955 – que ganhou o Prémio da Crítica no Festival de Veneza.
Os filmes que se seguiram tiveram sempre como temática os problemas sociais, como por exemplo “San Michele aveva un gallo” (1972), que ganhou o Interfilm no Festival de Berlim, ou “Allosanfàn” (1974), com a interpretação de Marcello Mastroianni e Lea Massari.
“Padre Padrone” (1977), baseado no romance biográfico de Gavino Ledda, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Foi um dos maiores sucessos dos irmãos e descreve a vida do autor da obra de nome homónimo com um pai déspota numa Sardenha profunda.
Outro dos seus trabalhos consagrados foi “A Noite de São Lourenço ” (1982), a história dramática de um grupo de homens que tentava fugir da área ocupada pelos alemães, com música de Nicola Piovani, que ganhou o Grande Prémio do Júri em Cannes.
Foi-lhes atribuído o Leão de Ouro de carreira, em Veneza logo em 1986 e juntos foram também responsáveis por filmes como “Bom Dia, Babilónia ” (1987), “Afinidades Electivas” (1996) e “Il anche di notte” (1990).
Em 2012, com o filme “César Deve Morrer” filme que mostra assassinos e mafiosos a cumprir uma pena de prisão numas instalações italianas de alta segurança a representarem uma tragédia de Shakespeare, venceram o Urso de Ouro de Berlim. Nos últimos anos, também realizaram “Maravilhoso Boccaccio” (2014) e “Una questione privata”, que devido aos problemas de saúde de Vittorio acabou por ser realizado apenas por Paolo.
O Presidente Sergio Mattarella descreveu a morte de Vittorio Taviani como “uma terrível perda para o cinema e a cultura italianos” e louvou as “inesquecíveis obras-primas” que o autor produziu com o irmão mais novo.