Com mais de 70 filmes já confirmados para o MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, o programa da 18.ª edição do festival começa a ganhar forma para mais uma vez amaldiçoar o Cinema São Jorge entre os dias 10 e 16 de setembro.
O festival abre a 10 de setembro com a estreia nacional de “Speak No Evil”, do cineasta britânico James Watkins, protagonizado por James McAvoy, Mackenzie Davis e Scoot McNairy. Um remake do filme dinamarquês de 2022, de Christian Tafdrup, que venceu o Prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia na 16.ª edição do MOTELX. “Explorando as relações sociais, embrulhadas num terror psicológico em que a tensão e a hipocrisia se instalam e tornam umas férias num pesadelo, a atual produção americana revela um feroz James McAvoy a liderar a tempestade.”
Quanto ao filme de encerramento, a honra cabe a “The Surfer”, de Lorcan Finnegan, a decorrer no penúltimo dia do Festival. “Apresentado nas Sessões da Meia-Noite de Cannes, traz novamente aos cinemas o prolífico Nicolas Cage, que protagoniza um surfista de regresso à sua Austrália natal para tentar recuperar a família, mas muito pouco bem-vindo. O conflito com os locals da praia de infância e uma crise de meia-idade levam-no à loucura neste thriller psicológico onde a escuridão se apodera do cenário soalheiro. Do irlandês Lorcan Finnegan, promete ser um dos filmes de culto do ano.”
Estão confirmados 13 longas-metragens para a secção principal do festival, o Serviço de Quarto, das quais se destacam estreias do cinema de género contemporâneo como: “MaXXXine”, de Ti West, com a afiada atriz em ascensão Mia Goth no papel principal; “The Substance”, a segunda longa da francesa Coralie Fargeat, “já considerado um clássico instantâneo do body horror e com Demi Moore numa das melhores performances da sua carreira”; o altamente antecipado “Kill”, escrito e realizado por Nikhil Nagesh Bhat, chega a esta edição com o rótulo de “filme indiano mais violento de sempre”; o arrepiante thriller do realizador alemão Tilman Singer, “Cuckoo”; o mais recente e inesperado filme dos irmãos norte-americanos David Zellner e Nathan Zellner, “Sasquatch Sunset”.
Um dos maiores destaques da 18.ª edição é a exibição de cinco filmes banidas pela censura durante o Estado Novo: “Il Demonio”, de Brunello Rondi (Itália, França, 1963), “The Plague of the Zombies”, de John Gilling (Reino Unido, 1966), “10 Rillington Place”, de Richard Fleischer (Reino Unido, 1971), e “Valerie and Her Week of Wonders”, de Jaromil Jireš (Checoslováquia, 1970). As obras integram o ciclo “A Bem da Nação: Os Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo”, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Além das quatro escolhas, há uma sessão surpresa a ter lugar na Sala Rank do Cinema São Jorge, onde, reza a lenda, a censura via e classificava filmes.
As comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos continua com a secção Quarto Perdido, que tem confirmada até ao momento os filmes “A Culpa” (1980), a primeira longa-metragem realizada pelo compositor e maestro António Victorino D’Almeida (com presença garantida na sessão) “e um dos primeiros exemplos de ficção, depois do 25 de Abril, sobre a guerra colonial”; e a curta-metragem “As Desventuras de Drácula Von Barreto nas Terras da Reforma Agrária” (1977), desenvolvida pela Célula de Cinema do PCP.
Destaque ainda para o novo filme do cineasta português Edgar Pêra, “Cartas Telepáticas”, um documentário-ensaio cujas imagens foram criadas exclusivamente através de Inteligência Artificial, em que se estabelece um diálogo entre as cartas e ensaios, poemas e ficções, uma correspondência imaginária entre os autores entre Fernando Pessoa e H. P. Lovecraft.