MOTELX 2024: “MaXXXine”, “The Substance”, “Speak No Evil”, “The Surfer” e “Kill” no programa da 18.ª edição

Programa apresenta grandes estreias do cinema de género contemporâneo internacional e nacional e assinala os 50 anos do 25 de Abril com a exibição de filmes censurados pelo Estado Novo.
"Kill" (2023), de Nikhil Nagesh Bhat "Kill" (2023), de Nikhil Nagesh Bhat
"Kill" (2023), de Nikhil Nagesh Bhat

Com mais de 70 filmes já confirmados para o MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, o programa da 18.ª edição do festival começa a ganhar forma para mais uma vez amaldiçoar o Cinema São Jorge entre os dias 10 e 16 de setembro.

O festival abre a 10 de setembro com a estreia nacional de “Speak No Evil”, do cineasta britânico James Watkins, protagonizado por James McAvoy, Mackenzie Davis e Scoot McNairy. Um remake do filme dinamarquês de 2022, de Christian Tafdrup, que venceu o Prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia na 16.ª edição do MOTELX. “Explorando as relações sociais, embrulhadas num terror psicológico em que a tensão e a hipocrisia se instalam e tornam umas férias num pesadelo, a atual produção americana revela um feroz James McAvoy a liderar a tempestade.”

Quanto ao filme de encerramento, a honra cabe a “The Surfer”, de Lorcan Finnegan, a decorrer no penúltimo dia do Festival. “Apresentado nas Sessões da Meia-Noite de Cannes, traz novamente aos cinemas o prolífico Nicolas Cage, que protagoniza um surfista de regresso à sua Austrália natal para tentar recuperar a família, mas muito pouco bem-vindo. O conflito com os locals da praia de infância e uma crise de meia-idade levam-no à loucura neste thriller psicológico onde a escuridão se apodera do cenário soalheiro. Do irlandês Lorcan Finnegan, promete ser um dos filmes de culto do ano.”

Estão confirmados 13 longas-metragens para a secção principal do festival, o Serviço de Quarto, das quais se destacam estreias do cinema de género contemporâneo como: “MaXXXine”, de Ti West, com a afiada atriz em ascensão Mia Goth no papel principal; “The Substance”, a segunda longa da francesa Coralie Fargeat, “já considerado um clássico instantâneo do body horror e com Demi Moore numa das melhores performances da sua carreira”; o altamente antecipado “Kill”, escrito e realizado por Nikhil Nagesh Bhat, chega a esta edição com o rótulo de “filme indiano mais violento de sempre”; o arrepiante thriller do realizador alemão Tilman Singer, “Cuckoo”; o mais recente e inesperado filme dos irmãos norte-americanos David Zellner e Nathan Zellner, “Sasquatch Sunset”.

Um dos maiores destaques da 18.ª edição é a exibição de cinco filmes banidas pela censura durante o Estado Novo: “Il Demonio”, de Brunello Rondi (Itália, França, 1963), “The Plague of the Zombies”, de John Gilling (Reino Unido, 1966), “10 Rillington Place”, de Richard Fleischer (Reino Unido, 1971), e “Valerie and Her Week of Wonders”, de Jaromil Jireš (Checoslováquia, 1970). As obras integram o ciclo “A Bem da Nação: Os Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo”, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Além das quatro escolhas, há uma sessão surpresa a ter lugar na Sala Rank do Cinema São Jorge, onde, reza a lenda, a censura via e classificava filmes.

As comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos continua com a secção Quarto Perdido, que tem confirmada até ao momento os filmes “A Culpa” (1980), a primeira longa-metragem realizada pelo compositor e maestro António Victorino D’Almeida (com presença garantida na sessão) “e um dos primeiros exemplos de ficção, depois do 25 de Abril, sobre a guerra colonial”; e a curta-metragem “As Desventuras de Drácula Von Barreto nas Terras da Reforma Agrária” (1977), desenvolvida pela Célula de Cinema do PCP.

Destaque ainda para o novo filme do cineasta português Edgar Pêra, “Cartas Telepáticas”, um documentário-ensaio cujas imagens foram criadas exclusivamente através de Inteligência Artificial, em que se estabelece um diálogo entre as cartas e ensaios, poemas e ficções, uma correspondência imaginária entre os autores entre Fernando Pessoa e H. P. Lovecraft.

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