“Nosferatu” – O remake inspirado de Eggers

O quarto filme de Robert Eggers é o remake do clássico de 1922, realizado por F.W. Murnau e conta a história do vampiro que assombra a noiva Ellen.
"Nosferatu", de Robert Eggers. "Nosferatu", de Robert Eggers.
"Nosferatu", de Robert Eggers. Créditos: Focus Features / © 2023 FOCUS FEATURES LLC

“Nosferatu” é a quarta longa metragem do realizador norte-americano Robert Eggers que, com os seus filmes anteriores, nos brindou sempre com terror sofisticado em “The VVitch” e “The Lighthouse” e com sequências de ação intensas e viscerais em “The Northman”. Assim, seria de esperar que “Nosferatu” fosse a conjugação perfeita dos elementos dos três filmes anteriores. A versão de 2024, é um remake fiel do clássico homónimo de 1922, de F. W. Murnau, em que o vampiro Conde Orlok persegue e assombra a jovem Ellen, ao mesmo tempo que a peste negra se alastra pela comunidade alemã do século dezanove.

Há duas grandes proezas em “Nosferatu”. Em primeiro lugar, a cinematografia, que é facilmente o método que mais ajuda o realizador a criar a atmosfera sombria e inquietante do filme. Os movimentos lentos da camera, e os focos de luz intensa entre a escuridão aproximam o filme do preto e branco e adicionam uma carga dramática bastante pesada às sequências que contam com a presença da figura do Conde Orlok. A cena de introdução do vilão é muito bem conseguida. Eggers demora a construir a revelação através dos movimentos suaves da sua lente e das reações de medo do personagem que o encontra, protagonizado por Nicholas Hoult. A figura do vampiro mantém-se sempre nas sombras e o público vê apenas a sua silhueta e algumas partes do seu corpo, como as suas mãos, que têm o maior destaque ao longo do filme. A voz encarrega-se do resto do terror, e é esta mesmo a segunda proeza do filme – a performance de Bill Skarsgard. O ator desaparece completamente nas próteses que cobrem o seu corpo e a sua voz e linguagem corporal dão vida ao monstro e tornam-no bastante credível e diferente das suas versões dos filmes anteriores.

Naturalmente, Eggers inspira-se muito não só no filme original, de 1922, mas também da versão de Werner Herzog, de 1979. Agora, a versão de 2024 acaba por ser o filme mais comercial de Eggers, com um argumento um tanto formuláico que não acrescenta muito à história que já conhecemos.

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"Nosferatu", de Robert Eggers.
“Nosferatu” – O remake inspirado de Eggers
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