O retroapocalipse do futuro
Filme em conversa: “Turbo Kid”
Género: Acção/Aventura
Ano de estreia: 2015
Realizador: François Simard, Anouk Whissell e Yoann-Karl-Whissel
Elenco: Munro Chambers, Laurence Leboeuf, Michael Ironside, Aaron Jeffery
“Turbo Kid” foi um dos filmes-sensação do South By Southwest e do Sundance deste ano. O divertido e criativo filme é toda uma carta de amor aos anos 80, a “Mad Max”, aos teclados Cassio e a jogos como “Mega Man” e sim, é verdade que por vezes “este filme parece mais um video amador feito para o Youtube do que uma longa-metragem feita com um orçamento decente e actores profissionais – Michael Ironside! – mas quem é que queremos enganar? É esse charme semi-amador e retro que nos faz ficar loucos de paixão por esta aventura cinematográfica e eu sou todo amores por “Turbo Kid” dos pés à cabeça.
Mas ora bem; “Turbo Kid” começa por nos apresentar um mundo desolado, consequência de uma batalha há muito travada entre Humanos e Robôs. Nesse mundo vive “The Kid” – Munro Chambers – um rapaz cujo nome nunca nos é apresentado mas que desde cedo se identifica como um amante de banda-desenhada, música e todas as coisas Pop. The Kid perdeu os pais e vive agora sozinho, vasculhando na sua BMX as paisagens áridas e patrulhadas por gangs munidos de espadas, martelos e bicicletas em busca de coisas que possa trocar por comida e água no bar da região. Mas a verdadeira aventura começa depois de Kid conhecer Apple – Laurence Leboeuf – uma extrovertida e caricata rapariga que se cola a ele que nem uma chiclete e o obriga pela primeira vez desde há muito tempo a preocupar-se por alguém mais do que si mesmo e, claro está – pois todas as aventuras requerem uma arma mágica – depois de encontrar a nave de um antigo super-herói conhecido por Turbo Rider, cuja armadura e luva super-sónica The Kid começa a usar para se defender a si e à sua nova amiga das hordas psicóticas de Zeus – Michael Ironside – o manda-chuva com tons vilanescos.
“Turbo Kid” tem montes de referencias Pop, um estilo VHS que exige por vezes alguma nostalgia para ser apreciado e acima de tudo, Kitsch. Muito kitsch! É o filme para amantes dos filmes do “Mad Max”, “Exterminador”, “Escape de Nova Iorque” e praticamente tudo o que envolva a visão antiquada daquilo que seria o futuro após a humanidade, enquanto sociedade, bater a bota.