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Olhares do Mediterrâneo 2023: Arranca hoje com mais de 50 filmes feitos por mulheres oriundas de países do Mediterrâneo

"You Resemble Me" (2021), de Dina Amer "You Resemble Me" (2021), de Dina Amer
"You Resemble Me" (2021), de Dina Amer

Arranca hoje a 10.ª edição do Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival, que se realiza até dia 16 de novembro, no Cinema São Jorge, na Cinemateca Portuguesa e no ISCTE, em Lisboa, com 57 filmes feitos por mulheres oriundas de 22 países do Mediterrâneo.

O filme de abertura é uma estreia nacional, You Resemble Me“, de Dina Amer (uma produção entre França, Egipto e EUA), um filme que aborda uma das questões mais sombrias do nosso tempo, a radicalização, e desconstrói-a numa narração íntima sobre família, amor, e pertença. Produzido por Spike Lee e Spike Jonze, este filme é uma história crua sobre traumas culturais e intergeracionais nos subúrbios de Paris e esteve nomeado para o prémio Giornate degli Autori, na última Bienal de Veneza, tendo recebido mais de 20 prémios em festivais por todo o mundo.

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Grande parte da programação do Festival é composta pelas suas quatro secções competitivas: longas-metragens, curtas-metragens, Travessias e Começar a Olhar.

A competição geral de curtas-metragens conta com 24 filmes, muitos deles em estreia nacional, e a competição de longas-metragens conta com cinco filmes: o filme italiano “The Matchmaker”, de Benedetta Argentieri, que conta a história de Tooba Gondal, uma das mais mal-famadas jihadistas britânicas; “The Wedding Parade”, da curda síria Sevinaz Evdike, uma ficção sobre uma cidade na fronteira entre a Síria e a Turquia ameaçada pela guerra, que obriga três jovens curdas a mudar os seus sonhos; “Foragers”, de Jumana Manna, uma obra palestiniana, que se situa entre o documentário e a ficção para retratar a tensão entre a Autoridade Israelita de Proteção da Natureza e os respigadores palestinos; “Quatro Mulheres ao Pé da Água”, a mais recente obra de Cláudia Clemente, que vai ter a sua estreia europeia neste Festival depois de ter sido apresentada no Japão e que é sobre os relatos de quatro mulheres sobre um homem que recentemente morreu; e “Uma Situação Temporária”, de Ânia Bento, que acompanha a vida de duas mulheres, que vivem em Lisboa e trabalham numa loja de bijuteria, para pagar as suas contas.

A secção competitiva dedicada a filmes realizados no contexto de escola, Começa a Olhar, vai apresentar 15 filmes, enquanto que a secção Travessias, que aborda temas como migrações, racismo e colonialismo enquanto elementos estruturais da sociedade, é composta por 8 filmes.

O filme que encerra a programação da secção competitiva no Cinema São Jorge, no dia 12 de novembro é “Lullaby”, de Alauda Ruiz de Azúa, filme espanhol que esteve na Selecção oficial Secção Panorama, recebeu o Prémio Melhor Primeira Obra na Berlinale, e recebeu os Prémios de Melhor Atriz, Melhor Atriz Secundária, Melhor Nova Realizadora nos Prémios Goya e Melhor Filme Europeu no Prémios Gaudí, Espanha.

A programação do Olhares do Mediterrâneo continua na Cinemateca Portuguesa com uma selecção de filmes de realizadoras da Turquia, de 13 a 16 de novembro, uma secção especial intitulada Olhares da Turquia.

Além das sessões do cinema, o Festival  programa ainda inúmeras atividades paralelas no Cinema São Jorge, como debates a partir de filmes em competição, um workshop de escrita para cinema com a realizadora Cláudia Clemente, um workshop de colagem com a artista Ap Silvestre, uma masterclass com a jornalista e realizadora Benedetta Argentieri, uma oficina de cantos do Mediterrâneo com as musicólogas Camilla Piccolo e Laura Venturini; lançamentos de livros, o acolhimento de três livrarias e um concerto. Haverá ainda no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, um seminário sobre Cuidado e Envelhecimento, no âmbito do qual será apresentado o documentário “CareSeekers” (Itália, 2023, de Teresa Sala) e no Goethe Institut um encontro Olhares do Mediterrâneo / MUTIM (Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento) sobre os desafios da programação de cinema feito por mulheres. A masterclass, o workshop de escrita para cinema e o encontro sobre programação cinematográfica fazem parte do Programa de Indústria, uma das novidades desta 10.ª edição do Festival.

Ver programa completo aqui.

Fonte: Olhares do Mediterrâneo