Depois de dois anos de pandemia, com resultados dramáticos para as salas de cinema, em Portugal e no resto do mundo, com muitos filmes a serem constantemente adiados (estreias, mas também a sua produção), e de um ano de 2022 de um regresso à relativa “normalidade” das salas de cinema, espera-se que 2023 venha a ser um ano pleno para atingir os números pré-pandemia (15,5 milhões em 2019).
Em 2022 tivemos, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), cerca de 9 milhões de bilhetes vendidos, muito à custa de filmes como “Top Gun: Maverick” (o filmes mais visto de 2022 com mais 700 mil espectadores), “Mínimos 2: A Ascensão de Gru” (com mais de 600 mil) e “Avatar: O Caminho da Água” (com quase 500 mil espectadores).
Para 2023 são muitas as estreias aguardadas, entre blockbusters, sequelas e remakes, cinema português, filmes premiados nos principais festivais de cinema europeu e os filmes candidatos aos Óscares.
O início do ano começa com estreias da temporada de prémios 2022/2023, potenciais candidatos aos Óscares, como “Babylon”, de Damien Chazelle, “Tár”, de Todd Field, “Aftersun”, de Charlotte Wells, “Os Espíritos de Inisherin”, de Martin McDonagh, “Império da Luz”, de Sam Mendes, e “A Baleia”, de Darren Aronofsky.
Sem data de estreia prevista ainda, aguarda-se com alguma expetativa o próximo filme de Alex Garland, “Civil War”, mesmo que “Men” possa não ter sido o mais consensual dos seus títulos, quer entre a crítica e o público. Não deixa, contudo, de ser um dos menos ortodoxos realizadores e o seus filmes vindouros fonte de curiosidade.
Entre os blockbusters aguarda-se por filmes como “John Wick: Chapter 4” (março), “Gritos 6” (março), “Super Mario: O Filme” (6 de abril), “Velocidade Furiosa 10” (maio), “A Pequena Sereia” (maio), “Guardiões da Galáxia Vol. 3” (maio), “Indiana Jones e o Marcador do Destino” (junho), “Missão: Impossível – Ajuste de Contas Parte Um” (13 de julho), “Barbie” (julho), “The Marvels” (julho), “Mansão Assombrada” (agosto), e “The Hunger Games: The Ballad of Songbirds and Snakes” (novembro).
Espera-se ainda que este ano estreiem filmes como “Mi País Imaginario”, de Patricio Guzmán, “Fairytail”, de Aleksandr Sokurov, “EO”, de Jerzy Skolimowski, “Debaixo das Figueiras”, de Erige Seheri, “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, “The Killer”, de David Fincher.
Este ano poderemos ver a jovem estrela de Hollywood Timothée Chalamet em três filmes: “Wonka” (no papel do jovem Willy Wonka), “Dune: Parte 2” e “A Complete Unknow” (no papel de Bob Dylan); ou o novo filme realizado por Bradley Cooper, “Maestro”; ou o novo filme de Ken Loach, “The Old Oak”, sobre um grupo de refugiados sírios que chegam ao norte de Inglaterra; “Jeanne du Barry”, realizado por Maïwenn, protagonizado por Johnny Depp, no papel de Rei Luís XV de França.
De regresso este ano está também um dos mais acarinhados mestres do suspense e horror modernos, M. Night Shyamalan, com o seu “Batem à Porta” (“Knock at the Cabin”), baseado no romance de Paul G. Tremblay.
Na animação, para além do muito aguardado “Homem-Aranha: Através Do Aranhaverso”, está de volta à Pixar com o seu “Elemental”, com estreia prevista nas salas portuguesas em março. Regressa também a dupla francesa Ernest e Célestine para mais uma aventura, “Ernest e Célestine: A Viagem em Charabie”, que chega às salas de cinema nacionais a 19 de janeiro. Do Japão, aguardamos com expectativa aquela que será (à partida) o último filme de animação do mestre Hayao Miyazaki, “How Do You Live”, um filme sobre um rapaz de 15 anos que se encontra a lidar com a morte do pai e a tentar encontrar respostas para todas as perguntas que o assaltam.
Com estreia também em março, chega uma das sensações do Festival de Veneza de 2022, “Saint Omer”, de Alice Diop, a que se junta “A Voz Das Mulheres”, de Sarah Polley, cujo elenco e argumento traz para o centro da discussão a violência exercida sobre as mulheres.
Ainda sem qualquer data de estreia prevista para este ano, no mercado português aguardam-se filmes de veteranos como Martin Scorsese, com “Killers of the Flower Moon”, Ridley Scott, com “Napoleon”, e Wes Anderson, com “Asteroid City”.
No cinema português podemos esperar este ano com a estreia de filmes como: “A Noiva”, do veterano Sérgio Tréfaut, “Frágil”, a segunda longa-metragem de ficção de Pedro Henrique, “Amadeo”, a nova biopic de Vicente Alves do Ó, “Mal Viver”, de João Canijo, “O Pior Homem de Londres” e “A Arte da Memória”, ambos de Rodrigo Areias.
Estreias confirmadas do primeiro trimestre de 2023 (as datas apresentadas em baixo podem estar sujeitas a alterações):
5 de janeiro
Broker – Intermediários, de Hirokazu Kore-eda
Fairytale – Sombras do Velho Mundo, de Aleksandr Sokurov
6 de janeiro
Os Olhos de Allan Poe, de Scott Cooper
12 de janeiro
A Noiva, de Sérgio Tréfaut
Frágil, de Pedro Henrique
19 de janeiro
Babylon, de Damien Chazelle
26 de janeiro
Amadeo, de Vicente Alves do Ó
No Bears, de Jafar Panahi
2 de fevereiro
Ennio, o Maestro, de Giuseppe Tornatore
Os Espíritos de Inisherin, de Martin McDonagh
III Guerra Mundial, de Houman Seyyedi
Batem à Porta, de M. Night Shyamalan
9 de fevereiro
Tár, de Todd Field
Aftersun, de Charlotte Wells
16 de fevereiro
EO, de Jerzy Skolimowski
Holy Spider, de Ali Abbasi
23 de fevereiro
Império da Luz, de Sam Mendes
2 de março
A Baleia, de Darren Aronofsky
Mal Viver, de João Canijo
9 de março
Toda a Beleza e a Carnificina, de Laura Poitras
Living, de Oliver Hermanus
A Voz Das Mulheres, de Sarah Polley
23 de março
Saint Omer, de Alice Diop