A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood premiou “Green Book – Um Guia Para a Vida”, de Peter Farrelly, como o Melhor Filme da 91.ª edição dos Óscares. Baseado numa história verídica, sobre uma amizade improvável entre um homem de raça branca e outro de raça negra, de classes sociais distintas, “Green Book” venceu ainda nas categorias de Melhor Argumento Original e de Melhor Ator Secundário, este último atribuído a Mahershala Ali (a segunda estatueta nesta categoria para Ali, que já vencera por “Moonlight”). Apesar do favoritismo, “Green Book” acabou por ser uma surpresa ao roubar o Óscar a “Roma”, de Alfonso Cuarón.
Os Queen e Adam Lambert abriram a 91.ª cerimónia dos Óscares, que era tida como uma das mais imprevisíveis dos últimos anos. Assim foi, com várias surpresas nos premiados.
Igualmente com três estatuetas douradas foi o filme da plataforma de streaming Netflix, que venceu nas categorias de Melhor Realizador, Melhor Fotografia e Melhor Filme Estrangeiro, totalizando quatro Óscares. O mexicano Alfonso Cuarón venceu o segundo Óscar na categoria de Melhor Realizador (venceu pela primeira vez em 2014 por “Gravidade”). Faz história ao ser o primeiro realizador a vencer as categorias de Melhor Fotografia e de Melhor Realizador.
“Não há fronteiras ou muros que possam restringir o engenho e o talento”, disse Javier Bardem em espanhol ao apresentar a categoria de Melhor Filme Estrangeiro. “Roma” derrubou o muro de Trump, ao ser o primeiro filme mexicano a vencer nesta categoria.
“Bohemian Rhapsody” foi o filme mais premiado da noite, com quatro estatuetas. Rami Malek, que é nomeado aos Óscares pela primeira vez, venceu o Óscar de Melhor Ator, por interpretar o músico Freddie Mercury. Venceu ainda as categorias técnicas de Melhor Montagem, Melhor Edição de Som e Melhor Mistura de Som. Durante os discursos de agradecimento dos vencedores de “Bohemian Rhapsody” não se ouviu uma única vez o nome de Bryan Singer (o realizador que foi despedido por comportamento errático duas semanas antes do final da rodagem do filme).
“A Favorita”, que contava com dez nomeações, venceu apenas uma, a de Melhor Atriz, que foi a grande surpresa da noite. A inglesa Olivia Colman conseguiu a sua primeira nomeação aos Óscares e venceu à primeira, tirando assim a estatueta dourada a Glenn Close (ainda não foi desta).
“Black Panther” venceu três, nas categorias de Melhor Design de Produção, Melhor Guarda-Roupa e Melhor Banda Sonora Original.
A Academia fez justiça, finalmente, e atribuiu o Óscar de Melhor Argumento a Spike Lee (o primeiro do realizador), por “BlacKkKlansman: O Infiltrado”.
Sem surpresa, “Homem-Aranha: No Universo Aranha”, da Sony, venceu na categoria de Melhor Filme de Animação. A Disney Pixar não ficou de mãos a abanar, tendo levado o Óscar de Melhor Curta de Animação, por “Bao”.
“Free Solo” vence o Óscar de Melhor Documentário, que conta com os portugueses Joana Niza Braga e Nuno Bento na equipa de som.
Vencedores
Melhor Filme
Green Book
Melhor Realizador
Alfonso Cuarón, por Roma
Melhor Ator
Rami Malek, em Bohemian Rhapsody
Melhor Atriz
Olivia Colman, em The Favourite
Melhor Ator Secundário
Mahershala Ali, em Green Book
Melhor Atriz Secundária
Regina King, em If Beale Street Could Talk
Melhor Argumento Original
Green Book
Melhor Argumento Adaptado
BlacKkKlansman
Melhor Filme de Animação
Spider-Man: Into the Spider-Verse
Melhor Filme Estrangeiro
Roma (México)
Melhor Documentário
Free Solo
Melhor Design de Produção
Black Panther
Melhor Fotografia
Roma
Melhor Guarda-Roupa
Black Panther
Melhor Montagem
Bohemian Rhapsody
Melhor Maquilhagem e Cabelo
Vice
Melhor Banda Sonora Original
Black Panther, por Ludwig Goransson
Melhor Canção Original
“Shallow”, por Lady Gaga e Mark Ronson, em “A Star Is Born”
Melhor Edição de Som
Bohemian Rhapsody
Melhor Mistura de Som
Bohemian Rhapsody
Melhores Efeitos Visuais
First Man
Melhor Curta de Animação
Bao
Melhor Curta Live-Action
Skin
Melhor Curta Documental
Period. End of Sentence.