Óscares 2024: Martin Scorsese, o realizador vivo com mais nomeações ao prémio

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Foto: IMDb

Com sua nomeação pela realização do épico histórico “Assassinos da Lua das Flores”, o realizador Martin Scorsese, aos 81 anos, entrou para a história dos Óscares, tornando-se o realizador mais idoso a ser nomeado nessa categoria, superando John Huston, que tinha 79 anos quando foi indicado por “Prizzi’s Honor” em 1985.

O norte-americano agora também detém o recorde de ser o realizador ainda em atividade com o maior número de nomeações.

 

William Wyler

Scorsese, agora com dez nomeações, ocupa a segunda posição, sendo superado apenas pelo recordista atual, William Wyler, que recebeu doze nomeações para Melhor Realização antes de seu falecimento em 1981, aos 79 anos.

Das doze nomeações, Wyler venceu em três oportunidades por “A Família Miniver” (1942), “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” (1946) e “Ben-Hur” (1959).

 

Além disso, Wyler ostenta o título de ser o realizador com o maior número de performances nomeadas ao prémio, totalizando 31 atores diferentes dirigidos por ele que receberam nomeações.

Entre eles os que conquistaram Óscares por suas atuações em filmes realizados por ele, estão: Bette Davis, Fay Bainter, Walter Brennan, Teresa Wright, Greer Garson, Fredric March, Harold Russell, Olivia de Havilland, Audrey Hepburn, Burl Ives, Charlton Heston, Hugh Griffith e Barbra Streisand.

 

Em 1966, ele recebeu o Prémio Irving Thalberg pelo conjunto da obra.

 

Spielberg

Scorsese está à frente apenas de Steven Spielberg, que acumulou nove nomeações, sendo sua última na categoria por sua autobiografia “Os Fabelmans” (2022).

 

Das nove nomeações, Spielberg conquistou a estatueta em duas ocasiões: em 1994, pelo filme “A Lista de Schindler”, e em 1999, por “O Resgate do Soldado Ryan”.

 

É válido comentar que nesta edição, Spielberg concorre ao prémio de Melhor Filme pela produção de “Maestro”, marcando sua décima terceira nomeação nesta categoria e mantendo sua posição como o produtor independente mais nomeado.

 

Wilder, Allen e Lean

Além de Scorsese e Spielberg, nesta lista, encontramos alguns outros nomes seletos, como Billy Wilder, Woody Allen e David Lean.

Ao longo de uma carreira que se estendeu por mais de 50 anos e incluiu mais de 60 filmes, Wilder foi nomeado à categoria oito vezes, vencendo em duas ocasiões: em 1945 por “Farrapo Humano” e em 1960 por “O Apartamento”.

 

Logo atrás, temos Woody Allen com sete nomeações por “Annie Hall” (1978), “Intimidade” (1979), “O Agente da Broadway” (1985), “Ana e Suas Irmãs” (1987), “Crimes e Escapadelas” (1990), “Balas sobre a Broadway” (1995) e “Meia-Noite em Paris” (2012).

Ele venceu uma única vez pela comédia romântica “Annie Hall”, pela qual também ganhou na categoria de Melhor Argumento Original e foi nomeado na categoria de Melhor Ator.

 

Outro realizador que também possui sete nomeações é David Lean. Lean foi nomeado por “Desencanto” (1946), “Grandes Esperanças” (1946), “Loucura em Veneza” (1955), “A Ponte do Rio Kwai” (1957), “Lawrence da Arábia” (1962), “Dr. Jivago” (1965) e “Passagem para a Índia” (1984).

O realizador britânico, que foi classificado como o quarto maior realizador do cinema britânico pelo The Telegraph, conquistou a vitória em 1957 e 1962.

 

Outros realizadores

Os outros realizadores renomados com múltiplas nomeações nesta categoria incluem Frank Capra, John Ford e Alfred Hitchcock

O italiano Frank Capra recebeu um total de 15 nomeações e conquistou seis prémios. Dessas seis vitórias, três foram como realizador, sendo reconhecido por “Uma Noite Aconteceu” (1935), “Doido com Juízo” (1937) e “Não O Levarás Contigo” (1939).

 

Conhecido principalmente por seus westerns, John Ford recebeu cinco nomeações e conquistou o prémio em quatro ocasiões: por “O Denunciante” (1936), “As Vinhas da Ira” (1941), “O Vale Era Verde” (1942) e “O Homem Tranquilo” (1953).

 

Eleito pelo The Telegraph como o maior realizador da história da Grã-Bretanha e pela Entertainment Weekly como o maior do cinema mundial, Alfred Hitchcock, o mestre do suspense, foi nomeado cinco vezes na categoria de Melhor Realização ao longo de seus 50 anos de carreira por obras clássicas como “Rebecca” (1941), “Um Barco e Nove Destinos” (1945), “A Casa Encantada” (1946), “Janela Indiscreta” (1955) e “Psicose” (1961).

Infelizmente, como realizador, Hitchcock não conquistou nenhuma estatueta. No entanto, em 1968, ele recebeu o Prémio Irving Thalberg pelo conjunto da obra, proferindo um dos discursos mais breves na história desse prémio.

 

Quatro nomeações

Entre os realizadores com quatro nomeações ao prémio de Melhor Realização, destacam-se figuras muito distintas, como Francis Ford Coppola, Clint Eastwood e Stanley Kubrick.

Das quatro nomeações de Ford Coppola, três foram pela aclamada trilogia “O Padrinho”, e a quarta foi pelo épico de guerra “Apocalypse Now” (1979).

A vitória veio com o primeiro filme da trilogia em 1975.

 

Em suas quatro nomeações, Eastwood conquistou o prémio duas vezes. Em 1993, foi premiado pelo western “Imperdoável” e, em 2005, por “Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos”, onde também concorreu na categoria de Melhor Ator.

 

Suas outras duas nomeações foram pelo suspense policial “Mystic River” (2004) e pelo drama histórico “Cartas de Iwo Jima” (2007).

Conhecido por sua filmografia singular, que se baseia principalmente em adaptações de romances ou contos, Stanley Kubrick destacava-se por explorar uma variedade de géneros, empregar o realismo, o humor sombrio, cenários expansivos e um uso evocativo da música.

Tais características fizeram com que a Academia lembrasse dele em quatro ocasiões: em 1965 por “Dr. Estranho Amor”, em 1961 por “2001: Odisseia no Espaço”, em 1972 por “Laranja Mecânica” e em 1976 por “Barry Lyndon”. Todavia, como realizador, Kubrick não recebeu nenhuma estatueta.

 

 

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