A Plataforma do Cinema divulgou um comunicado sobre a presente situação no setor da cultura, especificamente o do cinema, e quais as consequências que este atravessa devido à COVID-19.
Notando que o cinema atravessa uma fase bastante difícil, com salas fechadas e produções paradas, a Plataforma do Cinema lançou três medidas como sugestão para combater as dificuldades que se avizinham.
Primeiramente, a criação de um fundo de emergência para apoiar quem trabalha no setor e se encontra suspenso das suas atividades profissionais. Em segundo lugar, a criação de um plano de dois anos como suporte para as diversas empresas da área, desde cinemas, festivais, produtoras, com o objetivo de amortecer os prejuízos que a estagnação atual trará. Aponta-se que quando a situação normalizar minimamente e as atividades puderem ser retomadas haverá uma grande adversidade para sustentar essas mesmas com os custos acrescidos da interrupção, o que levará a uma crise num setor que depende das audiências e do consumo. Por último, a Plataforma apela a um acréscimo do papel da RTP no seu apoio ao cinema nacional.
As medidas referidas foram apresentadas a Nuno Artur Silva, secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media e a Luís Chaby Vaz, presidente do ICA, tendo sido rejeitadas pelo primeiro, justificando a decisão ao denominar como “fundo perdido” a assistência ao setor.
A Plataforma do Cinema teceu duras críticas ao Ministério da Cultura ao afirmar no seu comunicado que “não se percebe que futuro é esse de que falam a Ministra e Secretário de Estado. É revelador de uma preocupante falta de lucidez que se pondere a discussão de um novo plano estratégico no final do ano, enquanto se testemunha de braços cruzados a expectável falência de produtoras, distribuidores, exibidores independentes e outras entidades do setor. O efeito em cadeia levará a que o dinheiro destinado a projetos apoiados pelo ICA seja usado em desespero para a sobrevivência de profissionais que se encontram totalmente desamparados e para a sobrevivência das estruturas”.
A Plataforma do Cinema relembra ainda que a situação irá agravar-se se não houver uma ação por parte do Ministério da Cultura e apela, por fim, aos profissionais da área para se unirem e agirem contra a agravante que está a arrasar a cultura nacional.
Leia o comunicado completo aqui.