Arranca hoje a 11.ª edição do Porto/Post/Doc – Festival Internacional de Cinema, com a estreia do mais recentes filme da realizadora brasileira Petra Costa, “Apocalipse nos Trópicos”, sobre sobre a influência que o movimento evangélico exerce sobre a política brasileira, “revelando o papel crucial do movimento evangélico na ascensão de Jair Bolsonaro à presidência.” A sessão acontece esta sexta-feira, pelas 21h15, no Batalha Centro de Cinema, com a presença da realizadora.
O festival portuense destaca-se este ano com três filmes “que iluminam questões históricas de resistência e justiça, bem como visões sobre futuros possíveis. Cada obra, à sua maneira, lança uma nova luz sobre momentos de luta que ecoam até aos dias de hoje, seja na busca pela liberdade política, identidade ou autodeterminação.” São eles “Sempre” de Luciana Fina, um documentário feito sobre a Revolução dos Cravos, feito a partir de imagens de arquivo; “Slimane” de Carlos Pereira, uma curta-metragem em que “a narrativa desloca-se para a Alemanha num futuro próximo, onde a marginalização das pessoas queer se intensifica.”; e “Soundtrack to a Coup d’Etat” de Johan Grimonprez, que explora “a interseção entre jazz e descolonização, revisitando a Guerra Fria para destacar o papel da música na resistência ao colonialismo.”
Destaque ainda para o programa A Europa Não Existe, Eu Estive Lá, “onde explora narrativas e perspectiva sobre os valores fundacionais da Europa, enquanto no programa de foca destaca o cinema de Salomé Jashi, cineasta georgiana, cuja obra reflete o contexto sociopolítico do país onde nasceu e vive. A realizadora estará no Porto para apresentar as sessões e orientar uma masterclasse.” Assim como o programa Cinemateca Ideal dos Subúrbios do Mundo, que convida o público “a refletir sobre as margens e a diversidade das cinematografias globais, num programa que olha as histórias e vidas das zonas que rodeiam as grandes cidades.”
A sessão de encerramento conta a exibição de “An Urban Allegory”, filme que resulta da colaboração entre Alice Rohrwacher e o artista plástico JR. Uma curta-metragem baseada na alegoria da caverna, em que Platão reflete: o que aconteceria se um dos prisioneiros conseguisse libertar-se das suas correntes e fugir da caverna?
Competição Internacional
Bogancloch, de Ben Rivers
E.1027 – Eileen Gray e a Casa junto ao Mar, de Beatrice Minger, Christoph Schaub
Altas Horas da Noite, de Daniel Hui
O Jardim Negro, de Alexis Pazoumian
Fragmentos de Gelo, de Maria Stoianova
Audição preventiva, de Aura Satz
Tardes de Solidão, de Albert Serra
Os Apartamentos, de Alessandra Celesia
Okurimono, de Laurence Lévesque
O Regresso do Projecionista, de Orkhan Aghazadeh
Competição Cinema Falado
Selvagem, de Emilio Fonseca
O Jardim em Movimento, de Inês Lima
Sempre, de Luciana Fina
As Noites Ainda Cheiram a Pólvora, de Inadelso Cossa
Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas, de Tânia Dinis
Não Haverá mais História sem Nós, de Priscilla Regis Brasil
Amanhã Não Dão Chuva, de Maria Trigo Teixeira
Far West, de Pierre-François Sauter
Deus-E-Meio, de Margarida Assis
Homem Novo, de Carlos Yuri Ceuninck
Percebes, de Alexandra Ramires, Laura Gonçalves
Espiral em Ressonância, de Filipa César, Marinho de Pina
Competição Cinema Novo
Entre o Mar e a Ilha, de José Rodrigo Freitas
Gardunha, de Ana Vilela Costa
Slimane, de Carlos Pereira
Uma Crosta de Ferro, de Vasco Barbedo
Alto Da Eira, de Tomás Guedes
Na Minha Vida, de José Lobo Antunes
Onde se Planta um Lar, de Carolina Pinto
As Três Chamas, de Juliette Menthonnex
A Casa Imaginada, de Marta Morais Miranda
Olho-Vento, de Irina Oliveira