Prémio Grande Otelo 2024: vencedores

O thriller “O Sequestro do Voo 375”, de Marcus Baldini, foi o mais premiado da noite, arrecadando seis troféus Grande Otelo
OS FILMES MAIS ESPERADOS DE 2019 2 1 1 OS FILMES MAIS ESPERADOS DE 2019 2 1 2

Na quarta-feira, dia 28, a Academia Brasileira de Cinema revelou os vencedores do Prémio Grande Otelo, a mais prestigiada distinção do audiovisual brasileiro.

A cerimónia, que se realiza anualmente, decorreu na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, e foi apresentada por Dira Paes e Toni Garrido. O evento foi transmitido em direto para todo o país através do Canal Brasil e do canal da Academia Brasileira de Cinema no YouTube.

O thriller “O Sequestro do Voo 375”, de Marcus Baldini, foi o mais premiado da noite, arrecadando seis troféus Grande Otelo.

O drama “Pedágio”, de Carolina Markowicz, destacou-se, conquistando os prémios de Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Realização e Melhor Argumento Original.

Por sua vez, o drama “A Sociedade da Neve”, de Juan Antonio Bayona, que também foi indicado ao Óscar de Melhor Filme Internacional este ano, conquistou a estatueta de Melhor Longa-Metragem Ibero-americano.

Além disso, a comédia dramática “Pérola”, de Murilo Benício, recebeu o prémio do voto popular.

Cinema Novo

O Cinema Novo foi o grande foco da edição de 2024, que marcou os 60 anos do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha.

A cerimónia, dirigida por Batman Zavareze e com argumento de Bebeto Abrantes, levou o público a revisitar as obras que marcaram a história do cinema brasileiro, através de projeções e atuações musicais.

Os cineastas Cacá Diegues, Ruy Guerra, Walter Lima Jr. e Zelito Vianna, juntamente com a produtora Lucy Barreto, foram homenageados no palco com os troféus Grande Otelo, entregues por Antônio Pitanga e Othon Bastos, dois dos atores mais emblemáticos do Cinema Novo. Pitanga é recordado pelo seu papel como Firmino em “Barravento”, e Bastos pelo seu papel como Corisco em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.

A noite também prestou tributo ao movimento que revolucionou o cinema brasileiro nas décadas de 1960 e 1970 com atuações dos compositores e instrumentistas Pedro Luis e Yuri Queiroga. Eles interpretaram músicas marcantes e bandas sonoras, como a composição de Sérgio Ricardo para “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “Joanna Francesa”, canção de Chico Buarque para o filme homónimo de Cacá Diegues.

Mudança de nome

Durante a cerimónia, Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema, abordou a mudança de nome da premiação, que até ao ano passado era conhecida como Grande Prémio do Cinema Brasileiro, e sublinhou a importância histórica do Cinema Novo.

“Este ano, o nosso Grande Prémio do Cinema Brasileiro passou a chamar-se Prémio Grande Otelo: assim celebramos o nome do nosso troféu. Grande Otelo, o nosso eterno Macunaíma, percorreu das Chanchadas ao Cinema Novo, sem preconceitos e sempre brilhante. Hoje, a homenagem da Academia Brasileira de Cinema é para o Cinema Novo, que transformou definitivamente o nosso cinema. Orgulho eterno e sempre um farol para que nunca nos esqueçamos do que o nosso cinema foi, é e ainda pode ser: aquele que só precisa de uma câmara na mão, uma ideia na cabeça e, claro, muita liberdade”.

Importância para o audiovisual brasileiro

O secretário Municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero, esteve presente na cerimónia e destacou a importância do audiovisual nacional na expressão da diversidade da cultura brasileira.

“O Prémio Grande Otelo é não só um tributo aos profissionais do cinema brasileiro, mas também um símbolo de resiliência de uma indústria que não se curva diante das adversidades”, disse.

Balanço

Foi anunciada a atribuição de 30 prémios a longas-metragens, curtas-metragens e séries brasileiras.

Destes, 29 foram escolhidos por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema, enquanto o prémio de Melhor Filme foi decidido pelo Júri Popular, através de uma votação online realizada no site da instituição.

Como habitual, a abertura dos envelopes foi feita ao vivo e contou com a auditoria da PwC Brasil.

Este ano, a lista de finalistas incluiu mais de 200 profissionais e abrangeu 39 longas-metragens brasileiros, 5 longas ibero-americanos, 15 curtas-metragens brasileiros (5 de ficção, 5 documentários e 5 de animação) e 16 séries (4 de animação, 5 documentários e 5 de ficção).

 

Vencedores – Prémio Grande Otelo 2024:

 

Melhor Longa-Metragem de Ficção: “Pedágio”, de Carolina Markowicz.

Melhor Realização: Carolina Markowicz por “Pedágio”.

Melhor Primeira Realização de Longa-Metragem: Silvio Guindane por “Mussum, o Filmis”.

Melhor Ator em Longa-Metragem: Ailton Graça como Mussum em “Mussum, o Filmis”.

Melhor Atriz em Longa-Metragem: Vera Holtz como Virgínia em “Tia Virgínia”.

Melhor Ator Secundário em Longa-Metragem: Jorge Paz como Nonato em “O Sequestro do Voo 375”.

Melhor Atriz Secundária em Longa-Metragem: Arlete Salles como Vanda em “Tia Virgínia”.

Melhor Longa-Metragem Ibero-americano: “A Sociedade da Neve”, de Juan Antonio Bayona

Melhor Longa-Metragem pelo Voto Popular: “Pérola”, de Murilo Benício.

Melhor Argumento Original: Carolina Markowicz por “Pedágio”.

Melhor Argumento Adaptado: Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque – Adaptado do documentário “Sequestro do Voo 375”, de Constâncio Viana – por “O Sequestro do Voo 375”.

Melhor Longa-Metragem Infantil: “Turma Da Mônica Jovem – Reflexo do Medo”, de Mauricio Eça.

Melhor Curta-Metragem de Ficção: “A Menina e o Mar”, de Gabriel Mellin.

Melhor Longa-Metragem de Animação: “Perlimps”, de Alê Abreu.

Melhor Curta-Metragem de Animação: “Mulher Vestida de Sol”, de Patrícia Moreira.

Melhor Longa-Metragem Documentário: “Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você”, de Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay.

Melhor Curta-Metragem Documentário: “Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando”, direção de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami.

Melhor Montagem: Lucas Gonzaga e Gustavo Vasconcelos por “O Sequestro do Voo 375”.

Melhor Direção de Fotografia: Adrian Teijido, ABC, por “O Rio do Desejo”.

Melhor Efeito Visual: Marcelo Cunha e Joaquim Moreno por “O Sequestro do Voo 375”.

Melhor Som: Sérgio Scliar, Miriam Biderman, ABC e Ricardo Reis, ABC, por “O Sequestro do Voo 375”.

Melhor Direção de Arte: Rafael Ronconi por “O Sequestro do Voo 375”.

Melhor Maquilhagem: Mari Pin e Martín Macías Trujillo por “Mussum, o Filmis”.

Melhor Figurino: Cassio Brasil por “Mussum, o Filmis”.

Melhor Banda Sonora: Dado Villa-Lobos por “Aumenta que é Rock’n’ Roll”.

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