“Deus tem AIDS”, de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, venceu o prémio de Melhor Filme na 7.ª edição do Queer Porto – Festival Internacional de Cinema Queer, que terminou no passado sábado.
“Deus Tem AIDS é falar no agora de um tema com quarenta anos, que nos desafia a uma renovada leitura do que é a vida de alguém portador da doença. Através da soberba e inclusiva escolha de protagonistas, e das suas práticas artísticas, este é um filme de empoderamento e consciencialização para uma realidade ignorada, quando não estigmatizada. Um filme que nos fala da vida e não de vítimas”, justificou o júri da competição oficial. O documentário brasileiro venceu ainda o prémio do público.
O júri da sétima edição do Queer Porto atribuiu uma menção honrosa ao filme “Genderation”, de Monika Treut, “uma representação rara e muito necessária de pessoas trans mais velhas. Um projeto vital para a nossa comunidade, para documentar essas histórias de esperança; tão relevante e poderoso hoje quanto a genderation era há vinte anos atrás”.
Na competição In My Shorts de Curtas-metragens de Escola Portuguesas venceu “Mansa”, de Mariana Bártolo. “Um filme que cativa pela sua genuinidade, pela complexidade na composição das personagens e direção de atores, retratando uma realidade com múltiplos sentidos de leitura. Uma obra que nos deixa com vontade de ver mais trabalho de Mariana Bártolo”.
Já na competição do prémio Casa Comum, atribuído pela primeira vez no festival, o vencedor foi a curta de animação “O Teu Nome É”, de Paulo Patrício, um olhar sobre o caso do assassinato de Gisberta Salce Jr., transexual, seropositiva, toxicodependente e sem-abrigo que foi violentamente torturada durante vários dias por um grupo de 14 adolescentes no Porto, em 2006.
“Por apresentar uma forte crítica social em relação à violência contra os corpos trans, migrantes, doentes, pobres, tornados precários, e invisibilizados; por fazer esta crítica a partir de uma história local, mas que é também universal; por trazer um novo olhar sobre a história de Gisberta, aliando o registo documental a uma linguagem estética original; e por manter viva a única voz ausente do filme no espaço da cidade”, justificou o júri.
A próxima edição do Queer Porto irá decorrer em outubro de 2022 no renovado Cinema Batalha.
Competição Oficial
Melhor Filme
Deus tem AIDS, de Fábio Leal & Gustavo Vinagre
Menção Especial
Genderation, de Monika Treut
Prémio do Público
Deus tem AIDS, de Fábio Leal & Gustavo Vinagre
Competição In My Shorts de Curtas-metragens de Escola Portuguesas
Melhor Filme
Mansa, de Mariana Bártolo
Prémio Casa Comum
Melhor Filme
O Teu Nome É, de Paulo Patrício
Menção Especial
Tracing Utopia, de Catarina de Sousa & Nick Tyson